Agripino defende Gilmar Mendes e pede esclarecimentos de Lula

O senador José Agripino (DEM-RN) divulgou em Plenário, nesta quarta-feira (30), documentos apresentados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que comprovariam que sua viagem à Europa em abril deste ano foi paga pelo próprio tribunal. Os documentos foram revelados por Mendes para desmentir a suspeita de que ele teria feito um trecho da viagem de carona com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), em avião oferecido pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. Agripino mostrou cópias dos bilhetes aéreos e do programa de milhagens do ministro para provar que ele usou um avião comercial para ir à Europa.

O senador explicou que Gilmar Mendes viajou em abril para participar de dois eventos distintos: uma palestra na Universidade de Granada, na Espanha, nos dias 14 e 15, e um jantar em sua homenagem, promovido pelo embaixador do Brasil em Berlim, Everton Vieira Vargas. Cópias dos convites para os dois eventos e das passagens aéreas pagas pelo STF foram exibidas pelo senador.

Como a viagem a Berlim também tinha caráter pessoal, já que a filha do ministro mora na capital alemã, as despesas de hospedagem foram pagas pelo próprio, lembrou Agripino.

- Fala-se aí que o trecho de São Paulo a Brasília teria sido feito no avião do Carlinhos Cachoeira. O ministro exibe para quem quiser tomar conhecimento o pedido de reserva e o pagamento pelo órgão do governo. Bom, poderiam dizer: a reserva está feita, mas essa viagem foi feita ou não foi feita? Porque você pode ter comprado e não usado o bilhete e ter usado o avião referido do senhor Carlinhos Cachoeira. Mas há uma coisa que comprova tudo, é a pontuação em milhas, que você só consegue se viajar. E aqui, tenho em mãos, a computação dos pontos relativos à viagem São Paulo-Brasília. O que mostra que a insinuação da viagem feita em avião que não avião de companhia que faz viagem regular é uma insinuação cavilosa, perversa e descabida – criticou o senador.

Para Agripino, as acusações precisam ser esclarecidas porque são elementos preciosos para que os políticos possam fazer juízo de valores sobre o caso. O senador também classificou o ministro como “corajoso” por ter feito o relato da conversa com o ex-presidente Lula.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)