Valdir Raupp comenta relatório da ONU sobre recursos hídricos
Da Redação | 20/04/2012, 13h05
As questões relacionadas ao uso da água exigem aumento da capacidade técnica, melhora da qualidade de informação científica e gerencial, esclarecimento dos tomadores de decisão, democratização e diversificação dos fóruns onde se discute a questão e, especialmente, a busca de soluções inteligentes e inovadoras.
Essas são, segundo o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU), contidas no Quarto Relatório Mundial sobre Desenvolvimento de Recursos Hídricos (WWDR4, sigla em inglês para World Water Development Report). O relatório foi lançado no 6º Fórum Mundial de Águas, que aconteceu entre 12 e 17 de março em Marselha, França.
Na avaliação de Valdir Raupp, as autoridades mundiais têm grande responsabilidade em relação ao assunto. Nesse sentido, destacou, o Senado tem participado ativamente da discussão do tema com a criação da Subcomissão Permanente da Água, que funciona no âmbito da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).
Ele afirmou que não há uma solução única e definitiva para a questão, mas o problema exige dos atores políticos, econômicos e sociais a revisão das políticas aplicadas sempre que novas oportunidades surgirem.
- Isso quer dizer que não existe solução para a questão das águas sem algum tipo de litígio, sem contrapartida, sem efeito colateral. Não se alcança o ótimo puro, mas se busca a otimização do que é momentaneamente possível, argumentou Valdir Raupp.
O relatório
Valdir Raupp informou que apesar de reconhecer os avanços no gerenciamento da água, a ONU demonstra que ainda existem um bilhão de pessoas no mundo sem acesso a fontes seguras de água, 1,4 bilhões sem energia elétrica e um bilhão de seres humanos em variados graus de desnutrição. Esses principais problemas relacionados ao uso da água (consumo direto, geração de energia e agricultura), de acordo com o relatório, devem-se a variados fatores estruturais e conjunturais.
Na África, observou o senador, o relatório atribui como causa dos problemas o estágio de desenvolvimento do continente, com deficiente estrutura de captação de água e baixo nível tecnológico de gerenciamento de recursos hídricos, associados ao desperdício e poluição. Na Ásia, os problemas estão relacionados, segundo o relatório, ao crescimento da população urbana, com influência nas condições sanitárias. Já na América Latina e Caribe, destacou Raupp, o documento considera, como principal causa, o aumento do consumo que é resultante de economias em fase de expansão.
– Esse é um desafio à capacidade dos governos em lidar com os problemas de gestão da água – avaliou, ao destacar que o Brasil tem experiência na questão da água, apresentada em fóruns nacionais e internacionais.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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