Wellington Dias critica baixo investimento em pesquisa na indústria farmacêutica nacional

Da Redação | 28/03/2012, 17h45

O senador Wellington Dias (PT-PI) alertou em Plenário nesta quarta-feira (28) que o Brasil precisa investir em desenvolvimento científico se quiser mudar a balança comercial do país, hoje baseada em exportação de matéria prima a baixo custo e importação de produtos acabados a custo alto.

O senador citou o exemplo da indústria farmacêutica nacional, que hoje utilizaria 95% de matéria prima importada. O problema maior, observou Wellington Dias, é que essa matéria prima sai originalmente do Brasil, é processada em outro país – como Estados Unidos, Alemanha e Japão – e depois retorna a custo bem mais elevado. Segundo o parlamentar, as importações brasileiras de matéria prima para a indústria farmacêutica ficam entre US$ 12 bilhões e US$ 16 bilhões anuais.

– E nós compramos, às vezes, por duzentas vezes o preço que exportamos. O resultado disso é que estamos gerando fora do Brasil empregos em uma área onde o país tem grande potencial – avaliou Wellington, ressaltando a existência de uma “biodiversidade espetacular” na Amazônia e na caatinga.

Wellington Dias exemplificou o potencial da biodiversidade brasileira mencionando a aveloz, planta tradicional do Piauí também conhecida como “cachorro pelado”, popularmente usada para curar verrugas. O cientista Luiz Pianowski, segundo o senador, conseguiu transformar a planta em remédio para tratamento de câncer.

Wellington ressaltou, no entanto, que a classe científica encontra dificuldades na legislação para registrar patentes, financiar a extração e, principalmente, produzir em larga escala. Segundo ele, são tantas as regras para oficialização de um medicamento que o sistema “parece ter sido feito para não dar certo”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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