Suplicy lamenta morte do geógrafo Aziz Ab’Saber

Em discurso nesta terça-feira (20), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresentou um voto de pesar pelo falecimento do geógrafo Aziz Nacib Ab’Saber, que morreu na última sexta-feira (16), aos 88 anos. Ab’Saber deixou esposa, cinco filhos, seis netos e um bisneto.

Suplicy classificou Ab’Saber como um geógrafo extraordinário. O senador lembrou que Ab’Saber nasceu em São Luiz do Paraitinga (SP), em 1924. Como professor, foi autor de tratados e estudos de relevância internacional na área de geografia, titular da Universidade de São Paulo (USP) e presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), instituição que presidiu de 1993 a 1995.

Segundo o senador, Ab’Saber incentivava que os jovens viajassem pelo Brasil para conhecer a geografia do país, até porque foi depois de uma viagem pelo interior de São Paulo que ele decidiu ser geógrafo. Suplicy disse que Ab’Saber realizou estudos sobre a Amazônia considerados de grande importância acadêmica. O senador ainda comentou que o geógrafo foi consultor ambiental do PT, mas não se furtou a fazer críticas à política ambiental do governo federal. Encerrando o pronunciamento, Suplicy leu um poema de autoria de Aziz Ab’Saber.

Ecos do Sino Grande

Ainda oiço. Trago na memória.

Na noite de São Luiz

Escuto ainda

As badaladas arrastadas

Do sino grande

Da matriz.

Coisa rara: tivemos que sair

Minha mãe, minha madrinha e eu

Para arejar o pequeno Iussef

Que estava com tosse comprida.

Ruas desertas. Escuridão

Bairro e chuvinha

Cheiro do mato vindo da outra banda

Do rio.

No alto do morro

O cruzeiro iluminado que meu pai,

Poeta introvertido,

Mandou iluminar.

Primeiras elétricas luzes,

Que antecediam

O pontilhado imenso que

marcava as luzes do universo.

Saudades de menino

Entes queridos.

Lembranças sentidas.

E, para completar

As badaladas arrastadas do sino grande

Que saudades, Deus meu!

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)