Requião diz que é perseguido por denunciar crimes contra o erário

Da Redação | 20/03/2012, 17h45

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) reclamou nesta terça-feira (20) que está sofrendo perseguição por denunciar o mau uso e a apropriação indébita do dinheiro público. Recentemente, informou em discurso no Plenário, uma juíza do Paraná o condenou, em primeira instância, a pagar R$ 30 mil ao ex-governador do Paraná Jaime Lerner, num processo em que o senador é acusado de difamação.

Conforme o parlamentar, Lerner o processou por ter dito que o ex-governador havia sido condenado a três anos e seis meses de prisão por irregularidades em relação à concessão de pedágios no estado. Requião alega que fez a afirmação em entrevista com base em notícia “publicada pelo Google” antes de a condenação de Lerner ter sido oficializada.

- Quando voltei a procurar a mesma notícia na internet, ela “havia desaparecido” – narrou o senador, que concedeu a entrevista quando ainda era governador do Paraná. Ele sucedeu Lerner, tendo exercido então dois mandatos, de 2003 a 2010. Antes governara o estado ente 1991 e 1994.

Posteriormente, prosseguiu Requião, Jaime Lerner foi realmente condenado, em primeira e segunda instâncias, a três anos e seis meses de prisão. Mesmo assim, a Justiça condenou Requião por ter supostamente antecipado sentença judicial. O senador informou vai recorrer da decisão.

- Estou sendo bombardeado pelo Judiciário do Paraná. Os juízes insistem em dizer que o governador Roberto Requião deve ser condenado porque ele não podia ter chamado um ladrão de ladrão antes de ele ser condenado em instância final – afirmou.

Em sua defesa, Requião argumentou à Justiça que havia lido no Google um notícia originária de um provável vazamento da sentença ainda não proferida.

- O Lerner está condenado, e eu condenado a pagar uma indenização por danos morais por ter dito, um pouco antes de a sentença ser prolatada, que ele seria condenado, o que posteriormente aconteceu em primeira e segunda instâncias. É uma situação simplesmente terrível. Mas há uma inversão. É a Justiça a serviço do crime – resumiu Requião.

Por essa razão, o senador voltou a mencionar a tese da extensão da imunidade parlamentar a governadores e prefeitos que denunciarem atos de corrupção contra o patrimônio público. Em pronunciamento em Plenário na segunda-feira (19), o senador havia elogiado os advogados René Dotti, Alexanddre Knopfholz e Luis Otávio Sales, autores da ideia, que será examinada pelo Supremo Tribunal Federal em um processo contra o próprio Requião, por ter denunciado uma proposta de obra superfaturada no Paraná.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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