Marta Suplicy: presença da mulher no mercado de trabalho pode aumentar produtividade em 25%

Da Redação | 06/03/2012, 17h25

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) destacou em Plenário nesta terça-feira (6) estudo do Banco Mundial que aponta o aumento da produtividade no mercado de trabalho pode chegar a 25% nos países em que há inserção da força de trabalho feminina. O Brasil foi escolhido para a divulgação desse estudo por ter sido citado 40 vezes, das quais dez delas, do ponto de vista negativo, informou a parlamentar.

Marta Suplicy afirmou que estudo também elogia a decisão do governo brasileiro de conceder à mulher o dinheiro dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

- E aí trouxe uma coisa interessante, que também ocorreu no México. Este tipo de medida de dar o recurso do Bolsa Família para a mulher levou ao aumento da violência doméstica. É que a mulher recebe o dinheiro, e o indivíduo quer o dinheiro para usar no que ele quer usar. E aí dá uma briga. Mas, em geral, tem levado ao aumento do poder de barganha da mulher no lar, favorecendo uma mudança no papel das donas de casa – explicou a parlamentar.

O relatório do Banco Mundial também apresentou “dados fortíssimos” sobre a violência contra a mulher, observou Marta Suplicy. De acordo com o estudo, 27% das mulheres já tiveram algum episódio de violência doméstica, o que equivale a 1,6 milhão de mulheres sendo vítimas de maus tratos dentro de suas casas.

Por sua longa experiência na análise de dados sobre a mulher, a senadora afirmou “ter clareza” e disse que o relatório da instituição confirma sua percepção apontando o perigo de se fazer generalizações com dados estatísticos. Segundo a pesquisa, quanto maior a escolaridade, mais aumenta a diferença salarial do homem para a mulher, o que, segundo Marta Suplicy, contraria as expectativas dos estudiosos.

- Só com a educação não romperemos as barreiras [salariais]. Seria muito mais fácil investir em uma só meta. O estudo mostra também que tem a ver com a responsabilidade familiar, a dificuldade de locomoção em países muito grandes como o nosso, a mulher é responsável pelos filhos, ela é que tem que tomar providências, e na política o preço é muitíssimo alto – comparou.

Da Redação

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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