Baixo crescimento da economia é resultado da falta de reformas no país, diz Alvaro Dias

Ao comentar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 2,7%, bem abaixo do estimado pela equipe econômica, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que o resultado não é culpa da crise internacional, mas principalmente da inapetência do governo em realizar as reformas de que o país necessita, como a administrativa, a tributária e a trabalhista.

Em discurso nesta terça-feira (6), o parlamentar afirmou que o governo atua com imediatismo e mantém estruturas gigantescas para atender ao interesse fisiológico dos que o apoiam, loteando cargos públicos, puxando para baixo a qualidade da gestão administrativa e abrindo portas à corrupção.

Com gastos correntes em alta, os investimentos vão se tornando pífios, criticou Alvaro Dias. Sem as reformas, a capacidade de investimento do Estado brasileiro ficaria comprometida, assim como a dos demais entes federados, estados e municípios.

– E o desequilíbrio do sistema federativo é tão marcante que começa a revoltar administradores, por causa da elevada concentração de recursos no cofre da União – disse o senador, numa referência ao movimento de governadores que clama pela renegociação da dívida pública.

Alvaro Dias comentou que o crescimento de 2,7% representa menos da metade da expansão de 2010, de 7,5%. Ainda citando os números do IBGE, disse que também caíram as taxas de investimento e poupança, na comparação com o ano anterior. A indústria nacional teve desempenho fraco, com 1,6% de avanço, e o segmento de transformação simplesmente não cresceu. Somente o consumo das famílias se manteve alto, crescendo 4,1% em 2011.

O parlamentar mencionou ainda dados de crescimento que posicionam o Brasil somente à frente de El Salvador, que registrou 1,4%, e Cuba, com 2,5%. Segundo o senador, Panamá, Equador e Argentina estão com taxas de cerca de 9% de crescimento.

– O que lamentamos mais é o desperdício de oportunidades de crescimento significativo. O país vem desperdiçando oportunidades de crescer porque cresce aquém de suas possibilidades – avaliou.

Da Redação

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)