Casildo Maldaner defende diálogo com o Paraguai no caso dos 'brasiguaios'

Da Redação | 01/03/2012, 16h12

O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) disse, em discurso nesta quinta-feira (1º), haver um consenso na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) - assim sobre a necessidade de privilegiar o diálogo entre o Brasil e o Paraguai no que diz respeito à situação dos agricultores brasileiros instalados em terras paraguaias, chamados de "brasiguaios".

Maldaner fez a afirmação ao comentar a visita do embaixador do Brasil no Paraguai, Eduardo dos Santos, à CRA, na quarta-feira (29), para atualizar os senadores sobre as medidas que vêm sendo tomadas sobre a contenda entre "brasiguaios" e "carperos" paraguaios.

- O parlamento brasileiro deve continuar o diálogo e cumprimento deputados e senadores envolvidos nesta tarefa. Devemos ser parcimoniosos porque o Paraguai vive uma situação política delicada e uma eventual intervenção descuidada pode acabar acirrando ainda mais a situação - alertou o parlamentar.

Maldaner recordou que os 300 mil produtores rurais brasileiros que vivem no Paraguai foram para lá com incentivos do governo paraguaio e lá vivem há cerca de 40 anos com famílias constituídas. Ocorre que apenas nos últimos anos, o Paraguai deu início ao processo de regularização pessoal dos brasileiros que lá residem, de acordo com informação passada pelo embaixador.

- Há dois ou três anos, eles não tinham um documento [visto] sequer - explicou o senador.

O senador lembrou, ainda que no ano passado o Senado brasileiro aprovou a revisão do Tratado de Itaipu, determinando um aumento da taxa anual de cessão paga pelo Brasil ao Paraguai pela energia não usada da usina de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões e disse que o que se espera, em contrapartida, é que o governo paraguaio agilize a regularização das terras, de acordo com a lei, "e, se houver casos de grilagem, que sejam devidamente punidos".

- O que se quer é que se lhes assegure a integridade física. Os relatos dos representantes dos 'brasiguaios' dão conta de ameaças de invasões e depredações de máquinas e equipamentos.Uma grande quantidade de catarinenses vive no Paraguai. Os depoimentos não divergem no que diz respeito à sombra permanente de medo - afirmou.

Casildo Maldaner reconheceu que o governo, por meio da ministra da Casa Civil, Gleise Hoffmann e do embaixador Eduardo dos Santos, tem atuado em diversas frentes possíveis para estreitar o relacionamento entre os dois países. E insistiu:

- É melhor [termos] duas horas de diálogo que cinco minutos de tiroteio.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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