Suplicy sugere que Brasil tem muito a contribuir para a paz no Oriente Médio

Da Redação | 15/02/2012, 15h56


O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu nesta quarta-feira (15) que a visita oficial da presidente da República, Dilma Rousseff, ao presidente norte-americano Barack Obama, prevista para o dia 9 de abril, poderá contribuir para a paz no Oriente Médio. Para ele, é possível evitar o conflito nuclear entre Irã e Israel, que vem se desenhando no horizonte.

Isso porque, conforme lembrou Suplicy, Obama anunciou estar disposto a ouvir Dilma a respeito do tema, cuja intervenção dos Estados Unidos depende do aval da Organização das Nações Unidas (ONU) e deverá ser adiada para depois das eleições naquele país.

- Trata-se de região estratégica para o mundo. O que acontece naquela região repercute no planeta como um todo, inclusive no Brasil. A instabilidade no Oriente Médio tem efeitos negativos na economia e política mundiais. Por isso, é do interesse nacional do Brasil contribuir para que aquela região se pacifique.

Suplicy fez uma rápida retrospectiva, procurando demonstrar o acerto da política externa adotada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a adoção de uma postura diferenciada daquela adotada pelos Estados Unidos, quando, juntamente com a Turquia, rejeitou as sanções econômicas impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) ao Irã, defendidas pelos Estados Unidos, devido ao programa nuclear do país.

- As relações bilaterais entre Brasil e Irã são cordiais. Ainda estão abaixo das potencialidades, entretanto. Vale reafirmar que as relações com a América Latina agora ocupam uma posição de destaque na política externa iraniana. Além disso, o governo do Irã identifica afinidades entre as agendas globais de ambos os países e pretende incrementar a cooperação bilateral nos campos energético, de turismo, acadêmico, cultural e no âmbito dos direitos humanos e da ONU - declarou Suplicy.

O parlamentar mencionou artigos publicados nos jornais Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo nos quais os autores mencionam ainda a situação de caos na Síria onde o regime de Bashar al Assad se mantém no poder, em grande parte em razão do apoio de Rússia e China.

De acordo com o parlamentar, o Oriente Médio é de grande relevância para o Brasil, "o que impõe o estreitamento de nossas relações com todos os países da região".

- O Oriente Médio é uma região rica em petróleo, mas carente de uma agricultura competitiva e de indústrias diversificadas. Coisas que o Brasil tem. Em outras palavras: as economias do Brasil e do Oriente Médio são complementares, o que cria um enorme potencial de cooperação - enfatizou, apresentando números sobre as exportações do Brasil para os países do Oriente Médio, que devem atingir US$ 9 bilhões.

Ao final de seu pronunciamento, Suplicy reiterou uma vez mais que a visita de Dilma Rousseff à Casa Branca poderá contribuir para pôr fim ao longo embargo norte-americano a Cuba. Ele pediu boa-vontade tanto aos Estados Unidos quanto a Cuba, em favor de uma aproximação.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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