Ana Amélia pede mais fiscalização dos implantes de próteses de silicone

Da Redação | 13/02/2012, 17h46

Os problemas nas próteses mamárias de silicone, descobertos no início deste ano, serão tema de audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) nesta terça-feira (14), segundo informou a senadora Ana Amélia (PP-RS). Em pronunciamento em Plenário nesta segunda-feira (13), a senadora chamou a atenção para a importância da discussão dos mecanismos de fiscalização e acompanhamento dos implantes de próteses no país, seja para fins estéticos ou reparadores.

Ana Amélia registrou que o Brasil foi chamado pelo jornal francês Le Monde de "o reino do silicone" em decorrência do alto número de cirurgias desse tipo, em sua maioria com caráter estético. A estimativa, citou a senadora, é de que entre 2004 e 2010, cerca de 25 mil mulheres fizeram o implante de silicone nos seios.

A descoberta de que duas marcas fabricantes dessas próteses, a holandesa Rofil e a francesa Poly Implant Prothese (PIP), usavam silicone industrial no produto que oferece maior chance de inflamações e infecções, revelou a necessidade de um processo mais cuidadoso de acompanhamento das próteses. Na avaliação da senadora, a vigilância sanitária precisa criar mecanismos de fiscalização mais rigoroso dos produtos e de sua implantação.

Uma proposta a ser analisada seria a da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para a criação - respeitando a privacidade médica - de um cadastro nacional que permitisse o rastreamento de todos os implantes usados no país. Outra medida seria criar procedimentos de comunicação entre as três esferas de poder sobre as cirurgias e necessidades de próteses dos pacientes da rede pública e privada. De acordo com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), o Brasil não possui sequer dados sobre o número de mulheres que fizeram mastectomia e aguardam por próteses reparadoras na rede pública.

- Espero, com a realização dessa audiência, contribuir para o debate sobre a segurança do implante de próteses no Brasil e para a busca de soluções adequadas para as mulheres que forem prejudicadas pela utilização de próteses defeituosas e que correm sérios riscos - afirmou a senadora.

O pedido de audiência pública foi feito por Ana Amélia e também pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Direito de greve

Ana Amélia também defendeu em Plenário a necessidade de regulamentação do direito de greve dos servidores públicos. A senadora usou como exemplo a greve dos policiais militares da Bahia, que durante as últimas semanas expôs a situação precária da categoria em todo o país e ainda enfrentou o preconceito da sociedade. A senadora lembrou que o inciso 7º do artigo 37 da Constituição concede o direito de greve aos servidores públicos desde 1988, porém este dispositivo ainda não foi regulamentado.

A senadora lembrou que projeto de lei (PLS 83/2007) do senador Paulo Paim (PT-RS) define os serviços essenciais que devem ser prestados à população em caso de greve. O projeto foi aprovado em agosto do ano passado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e agora espera designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

- Solicito a atenção dos senhores para que se agilize a tramitação desta matéria. Os últimos acontecimentos demonstram a urgência de regulamentarmos a greve no serviço público - pediu a senadora.

Em aparte, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) disse que a ausência de regras para exercício do direito de greve é de interesse dos próprios servidores. Para ele, mesmo o Poder Executivo tem sido responsável pela demora na regulamentação. O senador lembrou em 2010 o Brasil assinou um acordo internacional, ratificado no Congresso Nacional, com normas para exercício da greve no setor público. Até agora, entretanto, a Presidência da República não editou o decreto implementando essas decisões no país. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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