Especialista afirma que ocupação desordenada pode causar novas tragédias

Da Redação | 20/01/2011, 19h27

Matéria alterada às 19h28

A ocupação urbana indiscriminada, com construção em áreas de risco, foi um dos principais fatores para a ocorrência da tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro. A opinião é do especialista em geotecnia André Pacheco Assis, que participou nesta quinta-feira (20) da reunião da Comissão Representativa do Congresso Nacional convocada para debater a tragédia causada pelas chuvas intensas no Sudeste.

Segundo André Assis, representante da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS) e professor da Universidade de Brasília, obras construídas e apoiadas em materiais geológicos não recomendados, associadas às atividades climáticas, poderão resultar em mais tragédias.

Para ele, o planejamento territorial urbano com mapeamento das áreas de risco e a proibição de construção nessas áreas evitariam catástrofes. Ele também sugeriu a instalação de centros de prevenção nos municípios.

O especialista lembrou que, depois das enchentes em Joinville (SC) e dos deslizamentos em Angra dos Reis (RJ), nos últimos anos, a ABMS elaborou documentos apontando as causa dos desastres e propostas para evitá-las.

André Assis garantiu que existe tecnologia disponível para minimizar os desastres climáticos, apesar de não ser possível evitá-los. Ele disse ainda que algumas cidades estão integralmente situadas em áreas de risco. Por isso, devem ser usadas todas as soluções possíveis para minimizar os problemas, muitas vezes gerados pela ação humana.

- Tem solução? Tem. Há soluções técnicas para minimizar as conseqüências dos desastres. Em momento de dor, se fala muito, mas quando o sol volta e o céu fica azul não existe ação política para evitar esse cenário - observou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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