Inácio Arruda lembra centenário do dirigente comunista João Amazonas
Da Redação | 21/12/2011, 17h56
Com os desejos de um feliz Natal a todos os presentes, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) destacou em Plenário nesta quarta-feira (21) que em 2012 serão celebrados dois centenários importantes: o de nascimento do músico nordestino Luiz Gonzaga, em 12 de dezembro, e o de nascimento do dirigente comunista João Amazonas, já no dia 1º de janeiro. A este último, o senador prestou sua homenagem.
Inácio Arruda explicou que João Amazonas, nascido João Amazonas de Souza Pedroso, cresceu pobre em Belém do Pará, trabalhando desde cedo para ajudar a família. Em 1935, ingressou no Partido Comunista, influenciado pelas notícias sobre a construção do socialismo na Rússia e depois de assistir a um comício da Aliança Libertadora Nacional (ALN), em Belém. Em 1941, foi preso, junto ao camarada Pedro Pomar.
Os dois conseguiram fugir da prisão e, depois de atravessar o país a pé, chegaram à capital federal onde reorganizaram o partido, na clandestinidade. Com o fim do Estado Novo, o Partido Comunista voltou à legalidade e, em 1945, João Amazonas disputou as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte. Foi eleito deputado constituinte, mas em 1948 teve o mandato cassado diante do cancelamento do registro do partido no ano anterior. Sua atuação parlamentar, ressaltou Inácio Arruda, esteve voltada principalmente para a defesa dos trabalhadores e seus interesses.
No início da década de 60, João Amazonas voltou a reorganizar o Partido Comunista do Brasil, sendo a primeira legenda fora do poder a romper com a nova linha política do Partido Comunista da extinta União Soviética. Entre 1968 e 1972, época do regime militar, Amazonas participou ativamente da resistência armada no Araguaia. Acabou exilado. Quando retornou, retomou a luta política. Esteve nos palanques da campanha "Diretas Já" e nas articulações para redemocratização do país.
Na história mais recente, participou das campanhas de Lula para a Presidência da República, mas morreu em maio de 2002, antes de assistir a eleição do ex-presidente em outubro do mesmo ano. Seu corpo foi cremado e as cinzas lançadas em Xambioá, Tocantins, palco de confrontos do Araguaia. Nessa cidade, informou Inácio Arruda, será implantado o Memorial do Araguaia, para o senador "uma justa homenagem àqueles que tombaram na luta por direitos libertários".
Arruda informou que hoje João Amazonas é nome de rua na sua cidade natal, em Belém, no Rio de Janeiro e em outros municípios; de escolas municipais em Curitiba e Recife; do Centro de Formação Profissional do Município de Santo André e da escola de Educação Profissional, ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna e Região, em São Paulo, além de bibliotecas e vários cursos sobre marxismo e socialismo.
- No ano em que celebraremos os noventa anos do Partido Comunista do Brasil, agremiação partidária mais antiga em atuação no país, relembraremos igualmente a vida, a obra e o exemplo deste brasileiro que nos dignifica a todos - afirmou o senador.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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