Campanha da Legalidade pela posse de Jango terá novo debate na segunda

Da Redação | 02/12/2011, 20h23

Os 50 anos da Campanha da Legalidade, o movimento que tinha como objetivo evitar um golpe militar e garantir a posse do vice-presidente João Goulart após a renúncia do presidente Jânio Quadros, serão tema de novo debate na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta segunda-feira (5).

A Campanha da Legalidade foi promovida nos 14 dias que se seguiram à renúncia de Jânio Quadros, sob a liderança do governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. O movimento tinha por objetivo defender a ordem jurídica que assegurava a posse do vice-presidente. Setores da sociedade e dos militares, por sua vez, clamavam pelo impedimento de Goulart.

A resistência de Brizola e seus apoiadores gerou uma crise que só foi contida com a adoção do parlamentarismo, que limitou os poderes do presidente da República. João Goulart tomou posse em 7 de setembro de 1961. Ele permaneceu no poder até o golpe de 31 de março de 1964.

A audiência da próxima segunda-feira faz parte da série proposta sobre o assunto pela CDH em meados deste ano. No primeiro encontro, ocorrido em 5 de setembro, o filho de Jango, João Vicente Goulart, cobrou uma reflexão maior sobre "as tragédias, mortes e obscurantismo" do período. De acordo com ele, ainda há muito a ser investigado e apurado.

- Cinquenta anos depois, ainda há resistência à liberação de muitos documentos e informações - afirmou. Na época, ele fez um apelo pela criação da Comissão da Verdade, que acabou sendo sancionada dois meses mais tarde, em 18 de novembro.

Convidados

Foram convidados para a audiência pública da próxima semana Deraldo Goulart, diretor do filme Jango em 3 atos; Ivo Czamanski, que atuou como fotógrafo durante a Campanha da Legalidade; Loiva Lopes Calderan, diretora de projetos da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha; Marcelino Tabajara Ruas, diretor do filme Este foi Brizola; Weverton Rocha, presidente da Juventude do PDT; Ronaldo Teixeira da Silva, secretário de Estado da representação do Governo do Rio Grande do Sul em Brasília; Antonio Amaro da Silveira Neto, presidente da Federação Tradicionalista Gaúcha do Planalto; e o jornalista Carlos Henrique Esquivel Bastos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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