Comissão quer informações de ministros sobre denúncias de exploração de madeira em reserva suruí

Da Redação | 20/09/2011, 18h16


A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) decidiu nesta terça-feira (20) encaminhar pedidos de informações aos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, sobre os procedimentos adotados para investigar denúncia sobre conivência de dirigentes de órgãos das respectivas pastas com atividades ilegais de exploração de madeira nas terras dos índios suruí, em Rondônia.

Os requerimentos de informações foram apresentados pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), como parte da análise de ofício encaminhado à CMA, em 2008, pelo então procurador-geral do Estado de Rondônia, Ronaldo Furtado. Além da extração ilegal de madeira, o procurador cita ainda simulação de seqüestro, conforme reportagem publicada naquele ano pela revista Veja, em abril daquele ano. Furtado assegurava ainda que sua denúncia era respaldada em vídeo e documentos.

O procurador relata fato supostamente ocorridos em fórum realizado na cidade de Cacoal (RO), com a presença de um procurador da República e representantes do Ibama e da Funai. Então, teria sido firmado acordo com as lideranças indígenas e os agentes públicos para que fosse permitida a exploração e o comércio ilegal de madeira nas terras da reserva. Seria feita "vista grossa" enquanto o governo não implementasse projetos de sustentação da comunidade indígena.

Ainda de acordo com o procurador, um seqüestro de um membro do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU e de um procurador da República realizado por aqueles índios também teria sido, de fato, "uma farsa".

Pedro Taques disse que órgãos federais, inclusive Funai, Ibama e Polícia Federal, e também estaduais têm realizados esforços elogiáveis para coibir infrações em áreas indígenas. Porém, disse não ser possível ignorar a gravidade das denúncias feitas pelo procurador. Quanto à suposta participação de procurador federal Reginaldo Trindade no episódio, ele disse já ter sido encaminhado ofício da parte do procurador-geral da República, ainda em 2008, informando de que o integrante do Ministério Público atuou no caso com "absoluta regularidade".

O senador disse que irá esperar as informações dos dois ministérios para apresentar relatório final sobre as denúncias trazidas ao Senado pelo procurador-geral Ronaldo Furtado. O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) concordou que as denúncias são graves e ratificou a decisão do relator.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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