Aprovados representantes na Agência de Energia Atômica e na Suíça

Da Redação | 15/09/2011, 14h14


As mensagens presidenciais de indicação do novo representante brasileiro junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Laércio Antonio Vinhas, e do novo embaixador na Suíça, Igor Kipman, receberam nesta quinta-feira (15) pareceres favoráveis da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). Ambas serão agora enviadas ao Plenário.

Em sua exposição aos senadores da comissão, Vinhas disse que apoiará os programas de cooperação técnica mantidos pela agência, para "facilitar o acesso de países menos desenvolvidos a modernas tecnologias". Ele observou que o Brasil atua, no momento, como doador e como receptor de tecnologia, uma vez que há africanos estagiando no Brasil e cientistas brasileiros fazendo estágios no exterior.

O representante indicado também anunciou que tem a intenção de apoiar medidas destinadas a fortalecer a segurança nuclear a nível internacional, embora ressalvando que isto não poderia "servir de pretexto para dificultar o acesso à tecnologia nuclear para fins pacíficos".

Em resposta ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que lhe perguntou se concordaria com a realização de um referendo sobre o uso de energia nuclear no Brasil, após o acidente ocorrido em Fukushima, no Japão, o representante indicado disse concordar com a iniciativa, uma vez que "o mais importante é o esclarecimento".

- Há sempre um risco associado em qualquer atividade humana. Mas certamente votaria a favor da continuação do programa - disse Vinhas.

Suíça

Depois de quase quatro anos no posto de embaixador brasileiro no Haiti, Igor Kipman foi indicado para representar o Brasil na Suíça. Em sua exposição, ele questionou os estereótipos relativos aos dois países. Sobre o Haiti, informou que o país deixou de ser o mais perigoso da região, graças ao trabalho das tropas da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). A respeito da Suíça, ele observou que existe uma grande polêmica à frente a respeito de um projeto de regulamentação do acesso a contas bancárias naquele país.

- A condição de caixa forte do mundo está prestes a ser abalada. Em 31 de agosto, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos exigiu acesso coletivo a contas de cidadãos suspeitos de lavagem de dinheiro - disse Kipman.

O embaixador indicado anunciou a intenção de fortalecer programas de cooperação triangular com a Suíça em terceiros países.Disse ainda que pretende buscar um equilíbrio na nossa balança comercial, atualmente favorável à Suíça, e promover o ingresso deste país no programa Ciência sem Fronteiras, lançado em julho pela presidente Dilma Rousseff, com o objetivo de oferecer 75 mil bolsas de estudo no exterior para alunos brasileiros em diversas áreas técnicas. Ele anunciou ainda a intenção de fortalecer a divulgação da cultura brasileira na Suíça e no Principado de Liechtenstein, onde também representará o país.

O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) lembrou que participou da fundação do Grupo Parlamentar Brasil-Suíça e defendeu maior aproximação entre os dois países. Na opinião do senador, os suíços poderiam, por exemplo, avaliar a utilização, em suas frequentes eleições e referendos, da urna eletrônica brasileira.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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