CRE aprova primeiros embaixadores junto ao Nepal e a Serra Leoa

Da Redação | 30/06/2011, 13h33


As indicações dos primeiros embaixadores brasileiros junto ao Nepal e a Serra Leoa foram aprovadas por unanimidade nesta quinta-feira (30) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). As mensagens presidenciais apontando aos dois postos, respectivamente, os ministros de segunda classe Marcos Borges Duprat Ribeiro e José Jorge Alcazar Almeida seguem agora para o Plenário.

Em suas exposições aos senadores, os dois embaixadores indicados ressaltaram a necessidade de maior aproximação com países em desenvolvimento na Ásia e na África. E incluíram entre suas propostas de trabalho o estímulo à participação de empresas brasileiras em obras de infraestrutura nos dois países.

Duprat - cuja mensagem teve como relator o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) - considerou um "gesto pioneiro" a recente abertura da embaixada brasileira em Katmandu. Na capital do Nepal, como observou, não há outra embaixada de um país latino-americano.

O diplomata ressaltou a posição estratégica do Nepal, situado entre as duas maiores potências emergentes do planeta, Índia e China, e informou que existem planos para unir os sistemas viários dessas potências asiáticas por meio daquele país.

O embaixador indicado informou que a empresa brasileira Braspower participa da construção de uma usina hidrelétrica no rio Arun, que vai gerar 400 megawatts e permitir a exportação de excedentes de energia a países vizinhos. Ele disse ainda que está pronto para ser assinado um acordo bilateral de cooperação técnica, que deverá envolver áreas como energia, agricultura e programas sociais, onde, a seu ver, a experiência brasileira "poderá ser de grande utilidade para o Nepal".

Serra Leoa

Para Alcazar, cuja mensagem teve como relator o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), a abertura da nova embaixada brasileira em Freetown, capital de Serra Leoa, permitirá ao Brasil "ocupar um relativo vazio diplomático e comercial" existente na relação bilateral. O intercâmbio comercial entre os dois países alcançou apenas US$ 14, 281 milhões em 2010, dos quais US$ 14,215 milhões em exportações brasileiras e somente US$ 66.000 em importações.

Empresas brasileiras poderiam, segundo Alcazar, trabalhar na construção de usinas hidrelétricas em Serra Leoa. Também há oportunidades, como informou, na construção ou reconstrução de aeroportos e estradas. No plano político, ele ressaltou a importância do apoio da África à posição brasileira em defesa da reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

- É preciso avançar a novos patamares de intercâmbio com os nossos vizinhos do outro lado do Atlântico - afirmou.

Outras decisões

Em decisão terminativa, a comissão aprovou ainda o Projeto de Lei da Câmara 10/11, cujo relator foi o senador Aníbal Diniz (PT-AC), que regulamenta o ensino no Ministério da Aeronáutica. Foi igualmente aprovado requerimento do senador Marconi Perillo (PSDB-GO) de voto de aplauso à representante do Brasil junto à ONU em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevêdo, pela publicação do artigo "Livre do racismo e da discriminação", no jornal O Globo.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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