Pedro Simon quer divulgação de documentos secretos
Da Redação | 14/06/2011, 16h06
Em pronunciamento nesta terça-feira (14), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez um apelo aos ex-presidentes da República para que defendam a divulgação de documentos oficiais mantidos em sigilo. Ele disse ser importante que informações históricas do país venham ao conhecimento do público.
- Faço um apelo com todo o respeito aos ex-presidentes da República, dois deles estão nesta Casa [José Sarney e Fernando Collor] e os dois reivindicam essa tese de que é melhor deixar, esquecer, não publicar, o que não é o melhor. Não é o melhor. Nós não temos por que não publicar. Nós não temos por que não conhecer a verdade, não saber a verdade - defendeu.
Em relação ao projeto de lei que trata do assunto (PLC 41/10), Simon manifestou estranheza diante do pedido para que a proposta fosse submetida à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), após aprovação unânime da Câmara dos Deputados e em duas comissões do Senado, que a mantiveram como veio da Câmara.
Pela proposta, os documentos ficariam secretos por 25 anos, renováveis por outros 25 anos, modificando a proposta governamental de manter a documentação secreta por prazo indeterminado.
- E aí aparece a tese, que está sendo discutida agora, de que esses documentos secretos devem permanecer secretos. Que não faz bem para o Brasil publicá-los. Que a História do Brasil tem fatos, tem coisas e foram buscar até a figura de Rio Branco, que não é interessante publicar - disse.
Simon mencionou que o objetivo do projeto não é buscar vingança, nem reivindicar explicações ou respostas para os erros e injustiças cometidos, mas apenas buscar a verdade. O senador observou que a situação é diferente da vivida pela Argentina e pelo Uruguai, em que ex-presidentes acabaram presos.
Pedro Simon também citou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre apelo feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) para que o Brasil aproveite a devolução de documentos da Comissão Mundial da Igreja relatando a existência de 242 centros de tortura no país "para rever sua relação com seu passado".
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
MAIS NOTÍCIAS SOBRE: