José Agripino: aumento da Selic inferior a 0,25% permitiria ao governo oferecer salário mínimo de R$ 560

Da Redação | 23/02/2011, 19h04

"Estamos diante de um dilema: ou optamos por um gasto público de má qualidade, que é priorizar o pagamento de juros, ou votamos pelo gasto de boa qualidade, que é remunerar com decência os trabalhadores". Autor da emenda que estipula o salário mínimo em R$ 560, o senador José Agripino (DEM-RN) explicou que para o Executivo dispor dos R$ 4 bilhões que representam a diferença dos 15 reais a mais que ele está propondo ao salário mínimo bastaria o Copom, em sua próxima reunião, promover um aumento na taxa Selic inferior a 0,25%.

Na avaliação do senador pelo Rio Grande do Norte, o déficit fiscal que o governo alega para não oferecer um aumento do salário mínimo superior a R$ 545 tem como principal problema não o valor que é pago aos trabalhadores, mas o total da dívida interna, que teria subido de R$ 650 bilhões, no final do governo Fernando Henrique Cardoso para R$ 1,7 trilhão no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

José Agripino opinou que a "gastança eleitoral" promovida pelo governo Lula para eleger sua candidata à Presidência da República produziu inquietação econômica e causou o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento para 2011, além de uma inflação de quase 1% em fevereiro. O senador observou que desde a implantação do Plano Real e o controle da inflação, o salário mínimo somente teve ganhos reais.

- Desde 1997 não acontecia o que estamos vendo hoje: o governo nos entregar uma proposta de reajuste do salário mínimo com perda para o trabalhador. Estamos votando um reajuste no salário mínimo de R$ 510, concedido em janeiro do ano passado. Quer dizer, o Executivo propõe R$ 545 depois de 14 meses. Apenas para cumprir a inflação, esse salário teria que ser de R$ 552 - calculou Agripino.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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