Cinco senadores serão ministros no governo de Dilma Rousseff

Da Redação | 30/12/2010, 17h00

Os senadores reeleitos em outubro de 2010 Edison Lobão (PMDB-MA) e Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) participam do novo governo da presidente Dilma Rousseff, assumindo os cargos de ministro de Minas e Energia e da Previdência Social. Além deles, o senador Alfredo Nascimento (PR-AM), com mandato até 2015, será ministro dos Transportes, e os senadores Aloizio Mercadante (SP) e Ideli Salvatti (SC), do PT - cujos mandatos acabam em janeiro de 2011 - serão, respectivamente, ministros da Ciência e Tecnologia e da Pesca.

Com a indicação de Lobão e Garibaldi, devem assumir seus cargos no Senado os suplentes Edison Lobão Filho, empresário e filho de Lobão, e o médico Paulo Roberto Davim, primeiro suplente de Garibaldi.

No caso de Edison Lobão, Dilma decidiu reconduzi-lo à pasta de Minas e Energia. O senador é uma indicação da bancada peemedebista do Senado, além de ter preferência do presidente da Casa, José Sarney. Garibaldi foi indicado para a pasta da Previdência também na cota de cargos do PMDB. Alfredo Nascimento foi outro senador mantido no Ministério dos Transportes, cargo que exerceu no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Já Ideli e Mercadante encerram seus mandatos no Senado para integrar o novo ministério.

Lobão e Garibaldi

Aos 73 anos, Edison Lobão conquistou seu quarto mandato no Senado nas últimas eleições. Jornalista e bacharel em Direito, ele chegou ao Congresso em 1979 como deputado federal e reelegeu-se em 1983, sendo deputado até 1987. Nesse período, foi vice-líder da Arena e do PDS, além de vice-líder do governo. A estreia de Lobão no Senado ocorreu na época da Constituinte, há 23 anos.

No período de 1991 a 1994 foi governador do Maranhão, e em 1995 voltou ao Senado, cujo mandato durou até 2003. Foi vice-presidente da Casa e também presidiu a Comissão de Fiscalização e Controle (CFC). Reeleito em 2003, foi presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Lobão licenciou-se do Senado em janeiro de 2008 para assumir o Ministério de Minas e Energia, nomeado pelo presidente Lula. No período em que esteve fora do Senado foi substituído por seu filho e primeiro suplente, Edison Lobão Filho, que voltará a assumir sua cadeira na Casa.

Garibaldi venceu, pela terceira vez, em outubro, a disputa para senador, sendo esta a décima eleição que disputou. Foi também deputado estadual, prefeito e governador. Seu primeiro mandato eletivo foi em 1971, quando ganhou a eleição para deputado estadual. Sempre no PMDB, ele permaneceu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte por quatro mandatos consecutivos.

Conquistou a Prefeitura de Natal em 1986 e, ao concluir sua gestão como prefeito, foi eleito pela primeira vez para o Senado. Garibaldi cumpriu quatro anos de mandato e deixou o Senado para disputar e vencer o pleito para governo do Rio Grande do Norte, cargo para o qual foi reeleito. Em 2003, voltou a conquistar uma vaga no Senado.

Concorreu novamente ao governo do Rio Grande do Norte em 2006, mas perdeu no segundo turno para Wilma de Faria. No fim de 2007, com a renúncia de Renan Calheiros (PMDB-AL) à Presidência do Senado, Garibaldi assumiu o posto, a partir de consenso entre os senadores. Ficou na Presidência até 2009, quando foi sucedido por José Sarney. Atualmente, Garibaldi preside a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Nascido em 4 de fevereiro de 1947, em Natal, é formado em Direito, mas sempre se dedicou ao jornalismo, é casado e pai de dois filhos.

Suplentes

Edison Lobão Filho nasceu em Brasília, em 1964, é empresário e, como o pai, filiado ao PMDB. Formado em Engenharia Civil pela Universidade de Brasília (UnB) e em Economia pelo Uniceub, é um dos proprietários do Sistema Difusora de Comunicação, afiliada do SBT no estado do Maranhão.

O médico Paulo Roberto Davim, primeiro suplente de Garibaldi, é filiado ao PV do Rio Grande do Norte e está em seu segundo mandato de deputado estadual. Nasceu em 1959, em Natal (RN), mudando-se, ainda na infância, para Afonso Bezerra (RN), onde viveu alguns anos. Retornou à capital do estado e formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em 1985, especializando-se, posteriormente, em cardiologia e atendimento intensivo (UTIs).

Como médico, Davim foi fundador e primeiro presidente da Sociedade Norte-Rio-Grandense de Terapia Intensiva, além de presidente da Associação Médica do Rio Grande do Norte, de 1990 a 1993. Foi também vice-presidente da Associação Médica Brasileira, diretor do Sindicato dos Médicos e integrante do Conselho Regional de Medicina.

Na política, atuou em movimentos estudantis na Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte - atual Instituto Federal de Educação Tecnológica - e na universidade. Já foi filiado ao Partido dos Trabalhadores, mudando sua opção para o Partido Verde em meados de 2000. Foi no PV que terminou seu primeiro mandato de deputado estadual, em 2006. Seus principais interesses e bandeiras de luta na Assembléia Legislativa foram na área de saúde. Também defendeu programas com relação aos direitos da criança e do adolescente e ao meio ambiente.

Ministros

A presidente eleita Dilma Rousseff manteve o mesmo número de ministros existentes no governo do presidente Lula - 37 - para compor o se governo. Abaixo, a lista dos ministros, de acordo com o partido:

PT

1- Alexandre Padilha - Ministério da Saúde

2- Fernando Pimentel - Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

3- Fernando Haddad - Educação

4- Aloizio Mercadante - Ciência e Tecnologia

5- Ideli Salvatti - Ministério da Pesca

6- Maria do Rosário- Secretaria de Direitos Humanos

7- Paulo Bernardo - Ministério das Comunicações

8- Antonio Palocci - Casa Civil da Presidência

9- Gilberto Carvalho - Secretaria Geral da Presidência

10- José Eduardo Cardozo - Ministério da Justiça

11- Guido Mantega - Ministério da Fazenda

12- Miriam Belchior - Ministério do Planejamento

13- Luiza Helena de Bairros - Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial

14- Tereza Campello - Ministério do Desenvolvimento Social

15- Luiz Sérgio - Secretaria de Relações Institucionais

16- Afonso Bandeira Florence - Desenvolvimento Agrário

17- Iriny Lopes - Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

PMDB

18- Nelson Jobim - Ministério da Defesa

19- Edison Lobão - Ministério de Minas e Energia

20- Wagner Rossi - Ministério da Agricultura

21- Pedro Novais - Ministério do Turismo

22- Garibaldi Alves - Ministério da Previdência

23- Moreira Franco- Secretaria de Assuntos Estratégicos

PSB

24- Fernando Bezerra Coelho - Integração Nacional

25- Leônidas Cristino - Secretaria Especial de Portos

PDT

26- Carlos Lupi - Trabalho

PR

27- Alfredo Nascimento - Ministério dos Transportes

PP

28- Mário Negromonte - Ministério das Cidades

PC do B

29- Orlando Silva Jr. - Ministério dos Esportes

Sem partido

30- Izabella Teixeira - Meio Ambiente

31- Ana de Hollanda - Ministério da Cultura

32- Helena Chagas - Secretaria de Comunicação Social

33- Alexandre Tombini - presidência do Banco Central

34- Luís Inácio de Lucena Adams - Advocacia Geral da União (AGU)

35- Antonio Patriota - Relações Exteriores

36- General José Elito Carvalho - Gabinete de Segurança Institucional

37- Jorge Hage - Controladoria-Geral da União (CGU)

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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