Embaixadores ressaltam reaproximação com Colômbia e Canadá

Da Redação | 25/11/2010, 14h08

Os recentes esforços de aproximação do Brasil com a Colômbia e o Canadá foram ressaltados nesta quinta-feira (25) pelos embaixadores designados para os dois países, cujas indicações receberam parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). As mensagens contendo as indicações dos ministros de primeira classe Antonino Lisboa Mena Gonçalves e Piragibe dos Santos Tarragô para representar o Brasil em Bogotá e Ottawa, respectivamente, serão agora examinadas pelo Plenário.

Relator da mensagem de indicação de Mena Gonçalves, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), presidente da comissão, ressaltou a importância da relação bilateral. "Durante muito tempo, o Brasil esteve afastado da Colômbia", observou o senador, "mas o interesse brasileiro tem aumentado, e o embaixador será a pessoa certa no lugar certo".

Em sua exposição aos senadores, o embaixador indicado lembrou que o novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos escolheu o Brasil para a sua primeira viagem ao exterior, depois de tomar posse.

Na opinião de Mena Gonçalves, a ênfase dos órgãos de comunicação para temas como o narcotráfico e a guerrilha acabam fazendo da Colômbia um país pouco conhecido. Ele lembrou que a economia colombiana tem mantido tendência de crescimento há 30 anos e que a Colômbia tem se firmado como polo de turismo. Ressaltou ainda a intenção colombiana de participar do desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390, juntamente com a Embraer.

Em resposta ao senador Pedro Simon (PMDB-RS), que demonstrou preocupação com a presença militar dos Estados Unidos no país vizinho, o embaixador reiterou que a posição brasileira é a de considerar o acordo militar como uma questão interna da Colômbia e de esperar que a cooperação ocorra de forma transparente.

Canadá

Ao abrir a reunião, Azeredo relatou que parlamentares canadenses com os quais teve contato queixaram-se do fato de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não esteve no país nenhuma vez durante os oito anos de seu governo. Indicado para a embaixada em Ottawa, Tarragô admitiu que ocorreu certo distanciamento entre os dois países, em virtude de problemas como a disputa movida na Organização Mundial de Comércio (OMC) pela empresa canadense Bombardier contra a Embraer.

- Hoje há uma redinamização das relações bilaterais. O Brasil é um país emergente que pode ser uma opção importante para o Canadá - afirmou.

O embaixador informou que mais de 70% do comércio exterior do Canadá é feito com os Estados Unidos. O Brasil, a seu ver, poderia ser uma alternativa no sentido de diversificação desse comércio. Além disso, observou, o Brasil já se tornou o quarto maior investidor no Canadá, por meio de empresas como Gerdau, Votorantim e Ambev. Os dois países têm "muitos interesses em comum", segundo o embaixador, entre os quais ele mencionou a conclusão da Rodada Doha da OMC.

O senador Alfredo Cotait (DEM-SP) defendeu a ampliação do comércio dos dois países, enquanto o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) pediu maior cooperação entre o Canadá e o estado do Pará na exploração de recursos florestais. Por sua vez, o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) ressaltou a atual "pujança" da economia colombiana e o sucesso desse país no combate à violência. A cidade de Bogotá, disse ele, pode ser considerada hoje mais segura do que o Rio de Janeiro.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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