Eduardo Azeredo alerta para risco de 'desindustrialização' do país
Da Redação | 23/11/2010, 19h15
O risco de que a indústria perca cada vez mais espaço na economia do país foi tema do discurso que o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) fez em Plenário nesta terça (23). Ele apontou o problema da "invasão" dos produtos importados e afirmou que há três desafios a serem enfrentados: a carga tributária, a taxa de câmbio e a infraestrutura logística.
O senador ressaltou que atualmente a participação dos produtos importados no mercado doméstico é recorde, apresentando o maior percentual desde 2003. Neste semestre, informou ele, a participação estimada é de 22,7%.
- Estamos vendo o aumento de produtos estrangeiros, especialmente da China, mas as providências para proteger nossos empregos parecem tímidas - protestou.
Azeredo citou ainda uma matéria de jornal em que empresários de Minas Gerais - estado que ele representa - alertam para os riscos de "desindustrialização" causados pela concorrência estrangeira e pedem igualdade de condições para competir.
Folha de pagamentos
Ao argumentar que a carga tributária é um dos fatores que prejudicam a indústria nacional, pois eleva os custos e reduz a competitividade do setor, o senador defendeu a desoneração da folha de pagamentos - que permitiria, segundo ele, a criação de mais empregos.
Sobre a questão cambial, Azeredo lembrou que a valorização do real frente ao dólar resulta na perda de competitividade das exportações brasileiras (pois estas se tornam mais caras, enquanto as importações ficam mais baratas). Ele alegou que, "para o consumidor, num primeiro momento, é bom, mas aquele que compra uma televisão mais barata hoje pode perder seu emprego depois".
E, assim como o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) havia feito logo antes, Azeredo criticou a falta de investimentos do governo federal em infraestrutura - que ele chamou de "apagão logístico". São necessários, reiterou ele, gastos com ferrovias, rodovias e portos. Azeredo citou ainda estudo que aponta a necessidade de investimentos de R$ 160 bilhões ao ano no setor.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
MAIS NOTÍCIAS SOBRE: