Casagrande considera avançada posição do Brasil sobre redução de gases do efeito estufa

O líder do PSB, senador Renato Casagrande (ES), considerou avançada a decisão do Brasil - a ser apresentada na Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas ( COP 15), em Copenhague - de propor um corte de 36% a 39% nas emissões de gases do efeito estufa até 2020. Ele apontou a diferença entre o Brasil e outros países, como China, Rússia, Austrália e Estados Unidos, especialmente este último, onde após um ano de administração o presidente Barak Obama não conseguiu aprovar a sua lei de redução de emissões no Senado.

- Os Estados Unidos não têm uma posição clara a respeito do tema e acabaram se aliando a outros países que não têm posição e propõem que na reunião da Dinamarca só se fechem posições políticas, e que o acordo liderado pela ONU seja consolidado no ano que vem, o que é um atraso - lamentou o senador.

Embora reconhecendo que a decisão de alguns países desenvolvidos e em desenvolvimento "tira o brilho" da convenção de Copenhague e provoque sentimento de frustração nos parlamentares, o senador ressaltou o mérito da proposta brasileira, desde que o governo se proponha a colocá-la em prática.

O senador também manifestou satisfação com a perspectiva de redução do desmatamento em 80% até 2020, e com a redução já obtida pelo governo em 2009. Ele disse que é preciso reconhecer o mérito dos esforços do governo no monitoramento do desmatamento e das medidas adotadas para coibí-lo.

Governança global

Casagrande relatou ainda a discussão na Comissão de Mudanças Climáticas sobre a importância de a Organização das Nações Unidas (ONU) assumir seu papel como instância de governança global e a liderança do acordo sobre redução de emissões. De acordo com o senador, é consenso entre deputados e senadores que não é conveniente a adoção de posições bilaterais, a exemplo de Estados Unidos e China ou mesmo Brasil e França.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)