Embaixador lamenta lentidão em obras de integração com países da fronteira norte

Da Redação | 28/10/2009, 13h26

O Brasil não tem dificuldades em suas relações com os países vizinhos ao Norte, afirmou o embaixador Ênio Cordeiro, Subsecretário Geral da América do Sul, do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Em audiência na Subcomissão Permanente para a Amazônia, ligada à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o diplomata lamentou, no entanto, que projetos simples de integração com esses países demorem muito tempo para ser efetivados.

- É lamentável que a construção de rodovias de integração, e até de simples pontes ligando dois países, demorem tantos anos para serem negociadas e mais tempo ainda para saírem concretamente do papel, quando têm tanto potencial para incrementar o turismo, facilitar a locomoção e aumentar a qualidade de vida das populações fronteiriças - analisou.

De acordo com o subsecretário, a maior parte dos acordos firmados pelo Brasil com seus vizinhos amazônicos trata exatamente de circulação de pessoas, normas de comportamento, permissão especial para estudo, trabalho ou residência, regras para atendimento de saúde e previdência social abrangente. Todos eles, informou, têm cláusulas de reciprocidade.

O fato de não haver maiores problemas fronteiriços não significa, na avaliação do embaixador, que não haja muitas reivindicações que precisam ser atendidas, uma vez que existem enormes contingentes de brasileiros vivendo em países vizinhos e vice-versa.

A Subcomissão Permanente para a Amazônia é presidida pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que defendeu a criação de um plano de desenvolvimento para a região, levando em consideração os interesses de seus 25 milhões de habitantes e os objetivos de crescimento econômico, defesa e preservação ambiental que melhor sirvam aos projetos estratégicos do Brasil.

O senador explicou que a Subcomissão pretende ouvir representantes dos Institutos de Pesquisa da região, integrantes dos Ministérios da Defesa, da Justiça e das Relações Exteriores para subsidiar a elaboração de um plano que venha a ser uma proposta do Estado brasileiro, sem vinculação com o governo específico.

- O atual Executivo não dispõe de um plano geral para a Amazônia, há somente ações isoladas de alguns ministérios que até conflitam entre si - destacou Mozarildo. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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