Cristovam sugere comissão para estudar formas de tirar Senado de descrédito e desmoralização

Da Redação | 17/03/2009, 16h52

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), em discurso nesta terça-feira (17), sugeriu ao presidente José Sarney criar uma comissão, a exemplo do já instalado grupo que busca saídas para enfrentar os efeitos da crise econômica mundial, com o objetivo de estudar uma maneira de fazer o Senado sair da atual situação de "descrédito e desmoralização".

- Coloque alguns para discutir com profundidade em que estamos errando; errando ao ponto de ter uma manchete nos chamando de velhacos - disse.

O parlamentar mencionou especificamente uma nota publicada na coluna do jornalista Ricardo Noblat acusando os senadores de "velhacos", palavra que quer dizer "traiçoeiro, mentiroso, que engana, que vende o que não tem, que não presta", enumerou o senador. Para Cristovam, o que assusta não é o fato de os parlamentares serem chamados de velhacos pelo jornalista, ou serem criticados pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) em entrevista, como ocorreu recentemente, mas, sim, o fato de não reagirem, de não refletirem em que estão errando e, consequentemente, de não poderem responder as críticas à altura.

Cristovam disse ainda que, antes mesmo de descobrir como sair dessa situação, os senadores precisam refletir a respeito das conseqüências da desmoralização do Congresso e, por consequência, da democracia, pelo que deveriam zelar. Ele defendeu ainda o aprofundamento nas investigações das denúncias feitas pelo senador Jarbas Vasconcelos.

O senador comentou as últimas denúncias envolvendo o Senado, como o pagamento de horas extras para funcionários durante o recesso e disse ter trabalhado nesse período, assim como servidores de seu gabinete. Também citou a utilização de passagens aéreas emitidas pela Casa, que, em seu caso, são destinadas à participação em seminários e formaturas. Ele questionou, inclusive, se vale a pena ser senador e vir trabalhar, já que até quem usa recursos como a verba indenizatória de forma transparente vive sob suspeição.

- Hoje está difícil ser político. Eu nem falo de caixa dois para ganhar a eleição; eu falo pura e simplesmente do uso transparente, correto para levar adiante a missão - afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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