CPI vai a Catanduva investigar rede de pedofilia

Da Redação | 13/03/2009, 13h33

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia realizará, de quarta-feira (18) a sexta-feira (20), audiências públicas com a tomada de depoimentos de diversas pessoas envolvidas em denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes em Catanduva (SP). As vítimas dos abusos também devem ser ouvidas, ajudando nas investigações sobre a possível existência de rede de pedofilia que estaria atuando na região.

As ações da CPI em Catanduva serão realizadas pelos senadores Magno Malta (PR-ES), presidente do colegiado, Romeu Tuma (PTB-SP), vice-presidente, Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) e José Nery (PSOL-PA). Os depoimentos começam a ser tomados após a realização de audiência com a juíza Sueli Juarez Alonso, da Vara da Infância e da Juventude da cidade.

A juíza, em conjunto com o juiz Celso Maziteli Neto, da 1ª. Vara Criminal de Catanduva, determinou a reabertura do caso, após a conclusão de inquérito e a prisão do mecânico José Barra Nova de Melo, único responsabilizado pelos crimes até agora. A retomada das investigações foi motivada por indícios da existência de outros criminosos. De acordo com justificação de requerimento aprovado na CPI para realização das oitivas, há a suspeita de que o mecânico seja o aliciador das crianças, as quais teriam sofrido abusos praticados por pessoas "pertencentes a estratos sociais mais elevados de Catanduva".

Ainda conforme informações da CPI, seis mães de vítimas relataram à juíza que os filhos "teriam sido levados a uma casa de classe média alta, onde havia quartos com banheiras e piscina", relatando ainda a existência de uma "caminhonete de luxo preta, que buscava as crianças na porta da escola para levá-las aos locais dos abusos sexuais".

Convites e convocações

A convite da CPI, a delegada Maria Cecília Castro Sanches deverá ser a primeira a falar aos senadores, seguida de Edmilson Sidney Marques, diretor de uma escola municipal da cidade. Marques foi o responsável por alertar as autoridades sobre alterações de comportamentos dos alunos, o que levou à investigação que resultou na prisão do mecânico. Também como convidados serão ouvidos Sílvia da Pastoral e José Arquimedes da Silva.

Como convocados, depõem à CPI, ainda na quarta-feira, José Barra Nova de Melo, seu sobrinho Willian Mello de Souza e José Emanuel Volpon Diogo, empresário da usina Cerradinho Açúcar e Álcool, todos citados pelas vítimas como autores de abusos sexuais contra os menores.

Na quinta-feira (19), serão ouvidos o médico Wagner Rodrigo Brida Gonçalves, Eduardo Augusto Aquino, funcionário da Usina São Domingos, André Luiz Cano Centurion, também investigados pelo crime de exploração sexual de crianças e adolescentes.

Na sexta-feira, os senadores ouvem os relatos dos pais das vítimas, assim como de algumas das crianças que foram alvo dos pedófilos.

Iara Guimarães Altafin / Agência Senado 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)