Tasso Jereissati diz que Petrobras não pode ser prejudicada por 'equívocos administrativos'

Da Redação | 27/11/2008, 18h55

Em pronunciamento nesta quinta-feira (27), o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que a Petrobras é um orgulho do país e não pode ser ferida por possíveis "equívocos administrativos", referindo- se ao empréstimo de R$ 2,02 bilhões contraído em outubro pela estatal junto à Caixa Econômica Federal.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou, nesta quinta-feira, requerimento convidando os presidentes da Petrobras, da Caixa, do Banco do Brasil e do Banco Central para debater a questão no colegiado, em audiência pública que poderá ser realizada na próxima semana.

Em seu discurso, Tasso argumentou que não é corriqueiro o pedido de empréstimo por empresas para o pagamento de impostos, sobretudo por organizações do porte da Petrobras.

- Mesmo empresas pequenas, sem a administração equipada como a da Petrobras, fazem planejamento do pagamento de impostos com antecedência - afirmou.

Lembrou ainda que a Caixa é uma instituição de cunho social, e que um empréstimo de R$ 2 bilhões para a Petrobras reduz a oferta de dinheiro para financiamento habitacional, agricultura e financiamento de veículos.

- Está se fazendo um enorme equívoco de política financeira, está se estreitando a liquidez para setores que estão apertados e dando para quem pode obtê-lo de outra maneira - disse.

Jereissati disse ainda que a operação apresenta características de socorro financeiro, e não de empréstimo à estatal.

- Por que o Tesouro, o contribuinte brasileiro, está subsidiando e socorrendo uma companhia do porte da Petrobras, se ela é tão pujante, líquida e de composição sólida? - perguntou.

Tasso Jereissati também questionou se a operação foi autorizada pelo Conselho Monetário Nacional, uma vez que o limite de endividamento interno da estatal seria de R$ 8 bilhões.

- Espero que no máximo terça-feira estejam aqui tanto o presidente da Caixa quanto o da Petrobras, e que a transparência seja uma constante entre o relacionamento da empresa com seus donos e acionistas - concluiu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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