Jarbas diz que Lula confunde motim com greve de professores

Da Redação | 21/10/2008, 16h33

Ao analisar o confronto entre policiais ocorrido na semana passada em São Paulo, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse, nesta terça-feira (21), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confunde motim com greve de professores, ao classificar como "passeata democrática" a tentativa de invasão do Palácio dos Bandeirantes por um grupo de policiais armados e sindicalistas. Jarbas elogiou o comportamento do governador de São Paulo, José Serra, e disse que, nessas horas, é necessário ter muita firmeza, coragem e determinação.

- A vaidade subiu à cabeça do presidente Lula que, vez por outra, vê destempero de toda natureza. No domingo, ele já havia dito na Grande São Paulo que, por causa da sua alta popularidade, podia fazer o que quisesse; que o país não tem mais formadores de opinião; que já foi a época em que ele se incomodava com o artigo de um jornalista ou com o editorial de um grande jornal. Isso é típico de regime autoritário, de ditaduras - afirmou.

Jarbas assinalou que a disciplina e a hierarquia são os dois princípios básicos que diferenciam as Forças Armadas das forças policiais. Ele disse que, em parte, a culpa da permissividade daqueles policiais e sindicalistas é do Congresso Nacional, que não regulamentou o direito à greve no serviço público. O senador classificou o confronto como ilegal e disse que greve armada é inadmissível e não combina com os avanços que a democracia brasileira conquistou nos últimos 20 anos.

- À frente desse movimento ilegal e irresponsável também estavam a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical. Adversárias do passado, as duas entidades têm servido como instrumentos de cunho político e eleitoral, não apenas em São Paulo, mas em todo o país, sempre em defesa dos candidatos da base do governo Lula. Com isso, esses policiais jogam no lixo as leis que deveriam fazer cumprir; com isso ameaçam as vidas dos cidadãos que pagam seus impostos e querem um serviço público de qualidade - frisou.

O senador Mário Couto (PSDB-PA) disse, em aparte, que o mais grave é a infiltração de pessoas sem ligação com a Polícia Civil na manifestação contra o governo paulista. Ele assinalou que o Paulinho da Força [deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP)] se acha com o direito de comandar uma invasão do palácio do governador, quando, há poucos meses, o Brasil conheceu "as artimanhas e o patrimônio milionário desse rapaz, que está sendo investigado por corrupção".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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