Jefferson Praia fala sobre efeito ecológico do Pólo Industrial de Manaus

Da Redação | 17/09/2008, 18h08

O senador Jefferson Praia (PDT-AM) comentou nesta quarta-feira (17) estudo que provaria os benefícios do Pólo Industrial de Manaus (PIM) à natureza. Coordenado pelos professores Alexandre Rivas, José Mota e José Alberto da Costa Machado, o trabalho tem como título "Impacto Virtuoso do Pólo Industrial de Manaus sobre a Proteção da Floresta Amazônica: Discurso ou Fato?"

Em edição patrocinada pela Nokia do Brasil, e prefácio da superintendente da Zona Franca de Manaus, Flávia Grosso, os autores usam modelos matemáticos para afirmar que, sem o pólo, a população do Amazonas teria de recorrer a alternativas econômicas danosas ao meio ambiente, como a extração de madeira e a agropecuária.

Os pesquisadores avaliaram o impacto do PIM na proteção da floresta no estado do Amazonas em dois períodos distintos - até 1997 e entre 2000 e 2006. O corte nesses períodos foi feito em função dos dados disponíveis sobre desmatamento no estado que, até 1997, não apresentavam consistência, segundo Alexandre Rivas, pós-doutor em Economia Ambiental, um dos coordenadores do estudo.

Até 1997, o PIM contribuiu para redução do desmatamento no estado do Amazonasem cerca de 85%, segundo o estudo. No período de 2000 a 2006, o estudo mostrou que a pressão sobre a Floresta Amazônica diminuiu entre 70% e 77%, em razão da existência do parque industrial.

Apenas no ano passado, citou Jefferson Praia, mais de 500 empresas instaladas no PIM faturaram o equivalente a US$ 26 bilhões, geraram 105 mil empregos diretos, exportaram US$ 1,1 bilhão, investiram US$ 7 bilhões e arrecadaram R$ 12,5 bilhões em tributos. Essas atividades, frisou, reduziram significativamente o índice de devastação da floresta na região onde o pólo está instalado.

Jefferson Praia disse ainda que, de acordo com o estudo, o PIM pode ter evitado a emissão de carbono, responsável pelo chamado efeito estufa, numa faixa compreendida entre US$ 1 bilhão a US$ 10 bilhões no período de 2000 a 2006. O cálculo foi feito a partir do valor alcançado pelos créditos de carbono negociados nas bolsas de mudanças climáticas dos Estados Unidos e da Europa.

- Não é preciso nenhum dom especial de clarividência para imaginar quão pior teria sido o destino da floresta, do povo e da economia amazonenses se o PIM não existisse. Nesse cenário sombrio e desesperançado, a população se teria voltado para a exploração dos recursos da floresta em busca de uma sobrevivência precária, sem futuro e hostil ao meio ambiente - disse.

Jefferson Praia comunicou a apresentação de requerimento à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) convidando os autores do estudo para, em audiência pública, falar sobre trabalho e divulgar as propostas de desenvolvimento sustentável para a região amazônica.

- É necessário olhar para a frente, pois os incentivos fiscais da Zona Franca têm data certa para expirar: em 2023. As alternativas econômicas, institucionais e sociais devem ser formuladas, discutidas e implementadas desde já no marco de um debate democrático e de alto nível que encontre no Senado da República, a Casa da Federação, seu leito, seu desaguadouro e seu palco - pregou o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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