Recriação da Quarta Frota norte-americana não é bem recebida pelo Brasil nem pelo Mercosul, avisa Pedro Simon

Da Redação | 07/08/2008, 17h34

Ao discursar nesta quinta-feira (7), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) voltou a comentar a reativação da Quarta Frota da marinha norte-americana em águas da América Latina. Na opinião dele, o assunto só deveria ser discutido após as eleições para a Presidência dos Estados Unidos, em novembro. Simon ressaltou que veículos da imprensa internacional levantaram a hipótese de o fato ter ligação com as recentes descobertas de grandes reservas petrolíferas no litoral brasileiro e com as atuais discussões sobre a preservação e o controle da Amazônia.

- As manchetes do mundo inteiro estariam ligando a vinda da Quarta Frota a estas duas questões: petróleo em águas profundas e Amazônia - disse.

Simon registrou que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado decidiu, nesta quinta-feira (7), enviar aos dois principais candidatos à Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama e John McCain, uma carta demonstrando "a preocupação" com a decisão do atual presidente George W. Bush de reativar a Quarta Frota, cuja área de atuação é o Atlântico Sul.

- Por que um presidente com índices tão baixos, às vésperas de uma eleição, toma uma decisão como essa? Daí a nossa decisão de escrevermos cartas e fazermos chegar às mãos dos dois candidatos, manifestando a estranheza do Brasil. Diga-se de passagem, é estranheza do Mercosul - disse Simon, lembrando que a última reunião do Parlamento do Mercosul aprovou projeto de declaração do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) considerando "inoportuna e desnecessária" a reativação da Quarta Frota.

O senador lembrou ainda que integrantes da CRE já conversaram sobre o tema com o embaixador norte-americano no Brasil e com os ministros brasileiros de Relações Exteriores e da Defesa. Simon afirmou que os Estados Unidos "não são os donos do mundo nem a polícia do mundo", não havendo motivos para a referida frota "aterrorizar e assustar os americanos aqui de baixo".

- Acho que esse movimento deve ir adiante, que algo deve ser feito e que nós podemos, talvez, até impedir que essa Quarta Frota venha para os mares do sul - concluiu Simon.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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