Para Cristovam, além da abertura dos portos o Brasil precisa de desenvolvimento científico e tecnológico
Da Redação | 21/02/2008, 14h15
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou nesta quinta-feira (21), durante sessão comemorativa ao bicentenário da abertura dos portos do Brasil, que faltaram duas medidas para permitir ao Brasil avançar como Nação: a abolição da escravatura e a universalização da educação. Em seu pronunciamento, o parlamentar traçou um paralelo do país de 200 anos atrás com o de hoje para reafirmar sua defesa por um ensino de qualidade.
- O que corresponderia hoje à abertura dos portos é o desenvolvimento científico e tecnológico, não apenas a criação de faculdades e de universidades, porque isso não é suficiente - isso é necessário -, mas fazer do Brasil um país capaz de levar para todas as outras áreas o que a gente faz, por exemplo, com a indústria aeronáutica brasileira - disse.
Para Cristovam, se hoje, fazendo o percurso de dom João VI, o ex-presidente de Portugal Mário Soares chegasse ao Brasil, fugindo de uma invasão estrangeira, "a primeira coisa que faria seria um programa de abolição do analfabetismo".
Além dessa providência, defendeu ainda Cristovam, deve ser buscado o desenvolvimento científico e tecnológico, para levar a todas as outras áreas o que é feito em relação à indústria aeronáutica brasileira. Como exemplo, citou a atuação da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), lembrando que os aviões assinados pela instituição são criados por uma escola, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
- A Embraer não saiu de um investimento industrial, mas sim de um investimento intelectual, científico e tecnológico; depois veio o resto. A gente precisava de um, dois, três, cinco, dez, mil ITAs - disse Cristovam.
A liberalização do comércio e a globalização, na opinião de Cristovam, favorecem a integração dos países, mas podem favorecer também a dominação dos países mais fracos pelos mais fortes. Para o senador, só o desenvolvimento científico e tecnológico pode salvar o país dessa dominação.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
MAIS NOTÍCIAS SOBRE: