Brasil é o quarto emissor de gases que causam o efeito estufa, diz especialista

Da Redação | 08/11/2007, 16h30

Durante o Seminário Consumo e Produção Sustentável de Energia Elétrica no Brasil, realizado nesta quinta-feira (8), a analista em mudanças climáticas do Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil), Karen Suassuna, informou que o Brasil é o quarto emissor mundial de gases do efeito estufa. Ela explicou que, do total emitido, 62% advêm das queimadas, 16% do setor energético e 22% da agricultura. O evento, que se realizou no auditorio Antonio Carlos Magalhães, do Interlegis - Comunidade Virtual do Poder Legislativo, foi promovido pela Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas.

De acordo com a especialista, essas informações constam do relatório com os resultados da Agenda Elétrica Sustentável 2020 - um estudo elaborado pela WWF-Brasil com cenários a partir de 2004 e publicado em 2006. O documento apresenta, como conclusão, a necessidade de o governo planejar a eficiência energética e não tratar o tema como programa de menor importância, como vem ocorrendo.

Entre as estratégias sugeridas pela WWF-Brasil estão o estabelecimento de padrões de eficiência mais rigorosos para equipamentos e processos industriais e de serviços. Tais medidas, disse a especialista, podem contribuir para gerar 8 milhões de empregos e uma economia de R$ 33 bilhões até 2020, além de estabilizar a emissão de carbono, um dos gases causadores do esfeito estufa.

Em estudo similar, o Greepeace apresentou um cenário até 2050, com ênfase na utilização de energia renovável e promoção de formas de energia limpa, que envolvam menores impactos ambientais. O coordenador de campanhas do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo, afirmou que o ser humano é o responsável pelas mudanças climáticas ocorridas nos últimos 150 anos e apresentou sugestões do Greenpeace para combater os efeitos do aquecimento global e evitar catástrofes ambientais: combate ao desmatamento e às queimadas, criação de áreas de proteção ambiental, preservação das florestas, diversificação da matriz energética.

Para Baitelo, é possível haver crescimento mundial com fontes renováveis de energia. Ele disse que os governos precisam desvinvular crescimento econômico do consumo de energia e combustíveis fósseis. Ele defendeu a substituição gradual das atuais fontes energéticas que emitem gases do efeito estufa por energias renováveis, bem como o respeito aos limites naturais do meio ambiente.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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