Fiesp é contra metas legais para redução de gases do efeito estufa

Da Redação | 17/09/2007, 17h41

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) é contra o estabelecimento de metas, por meio da lei, para redução da emissão de gases que agravam o efeito estufa. A afirmação, feita nesta segunda-feira (17) na cidade de São Paulo, em audiência promovida pela Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas do Congresso, é de Nelson Pereira dos Reis, diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp.

- As metas devem ser incentivadas de forma voluntária e por meio de uma política, em vez de serem estabelecidas em lei - disse ele.

Nelson Pereira Reis, assim como o relator da comissão, senador Renato Casagrande (PSB-ES), argumentam que a imposição de metas legais poderia prejudicar o desenvolvimento do mercado de crédito de carbono nacional, ainda incipiente.

Como alternativa, Casagrande defendeu a adoção de metas setoriais no país. Ele citou, como exemplo, a definição de metas específicas para a redução de emissões no setor de siderurgia e na indústria de alumínio, além de metas para a diminuição do desmatamento. O senador também ressaltou, assim como o diretor da Fiesp, que tais metas poderiam ser definidas em uma política nacional.

Situação inversa

Casagrande ressaltou que, no Brasil, 75% das emissões de gases que agravam o efeito estufa são provocadas por desmatamentos e queimadas, principalmente na Amazônia. Essa situação, frisou ele, é o inverso do que ocorre no planeta, pois a queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, é a principal causa do aumento da temperatura em âmbito global.

- O governo federal precisa adotar metas de redução do desmatamento - reiterou o senador.

Casagrande observou ainda que, apesar de dispor de uma matriz energética extremamente limpa, baseada principalmente em hidrelétricas, se comparada com a das nações desenvolvidas, na qual as termelétricas têm um peso muito maior, o Brasil se apresenta como o quarto maior emissor de gases do mundo.

- Diante desse fato, surgem pressões para que o país assuma, no cenário internacional, metas de reduções de emissões junto com países como China e Índia - disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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