Monitoramento climático ajuda a orientar produção agrícola

Da Redação | 28/08/2007, 19h03

O suporte de informações climáticas para o planejamento agrícola ganhou reforço com a implantação, pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), de um sistema de monitoramento que conta, hoje, com cerca de 250 estações automáticas espalhadas pelo país. A iniciativa foi destacada por Antonio Divino Moura, diretor do Inmet, durante audiência pública realizada, nesta terça-feira (28), pela comissão mista especial criada para acompanhar, controlar e fiscalizar ações ligadas às mudanças climáticas no Brasil.

Segundo Antonio Divino, a expectativa é de que 500 estações automáticas de monitoramento climático estejam em funcionamento no país até meados de 2008. Dados como temperatura, umidade, pressão, volume de chuvas, velocidade e direção do vento nas localidades já mapeadas são disponibilizados em tempo real, e atualizados de hora em hora, pelo endereço eletrônico www.inmet.gov.br/sonabra/maps/automaticas.php.

Ainda em relação ao sistema, o diretor do Inmet admitiu a carência de cobertura na região amazônica, que, a exemplo da região sul da América do Sul, estaria experimentando um gradativo aumento de temperatura. Como o fenômeno do aquecimento e o volume de chuvas não se manifestam de maneira uniforme entre as regiões, Antonio Divino aponta esse monitoramento climático como fundamental para informar o produtor rural sobre os períodos de estiagem e, assim, ajudá-lo a planejar melhor sua produção.

A tendência de elevação das temperaturas mínimas no país também foi confirmada pelo pesquisador Jurandir Zullo Júnior, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepeagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Com base no Zoneamento Agrícola realizado pelo Ministério da Agricultura, ele chamou atenção, por exemplo, para o impacto negativo do aquecimento sobre a área de plantio de frutas típicas de clima temperado, como pêssego e nectarina, na Região Sul.

O descontrole no manejo da água pelo produtor também foi responsável, ainda segundo o Zoneamento Agrícola, por 90% das perdas registradas na agricultura na década de 1990. Isso evidenciaria, na opinião do pesquisador, a falta de orientação climática do produtor no planejamento do plantio. Por fim, Jurandir Zullo Júnior defendeu a oferta de seguro agrícola no socorro aos agricultores durante intempéries e, como reforço à medida sugerida, lembrou que, em 2003, 38,6% do PIB nacional esteve atrelado ao agronegócio, setor que respondeu ainda por 42% das exportações nacionais.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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