Renan diz que não se intimidará

Da Redação | 26/06/2007, 11h51

"O que importa é que eu não me intimidarei. Eu resistirei até o fim". Com esse aviso, o presidente do Senado, Renan Calheiros, ao chegar na manhã desta terça-feira (26) à Casa, respondeu às perguntas de jornalistas ainda na Chapelaria do Congresso. Indagado sobre a notícia de que o PSOL pretende lançar no Rio de Janeiro uma campanha com o lema "Fora, Renan Calheiros", disse que resistirá até o fim.

O PSOL foi o partido que ajuizou no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar representação para verificação de quebra de decoro parlamentar por parte de Renan, que, de acordo com denúncia da revista Veja, teria parte de suas despesas pessoais pagas por um funcionário da construtora Mendes Júnior.

- Acho que isso tudo é uma espécie de esquadrão da morte moral. As pessoas, sem ter prova, anunciam a sentença e depois ficam como estão, sem saber o que fazer, porque não têm o que apresentar à sociedade. O que importa é que eu não me intimidarei. Eu resistirei até o fim - afirmou o presidente do Senado.

- O senhor acha que a demora em escolher um relator no processo contra o senhor no Conselho de Ética ajuda a sua defesa? - indagaram-lhe.

- Não, eu não tenho nenhuma preocupação com isso. Isso é uma resposta que só quem pode dar é o Conselho. Quem quiser saber alguma coisa com relação a isso tem que perguntar ao Conselho, aos advogados, aos detratores, àquelas pessoas que não aceitam provas. Eu não tenho nada mais a dizer sobre isso.

Renan foi também indagado sobre a denúncia de que o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) participou de uma partilha de um cheque do Banco do Brasil de R$ 2,2 milhões sacado no Banco Regional de Brasília (BRB). Questionado sobre a necessidade de o Senado investigar esse fato, Renan respondeu que tem experiência suficiente para não prejulgar ninguém, sobretudo depois do que aconteceu com ele mesmo, "onde as provas não significam nada", disse. E afirmou que tem outras preocupações.

- Eu vou cuidar esta semana da nossa pauta de votações. Nós temos nove medidas provisórias para votar. Além disso, nós temos que votar as Zonas de Processamento de Exportação, os projetos da Sudam e da Sudene, os mecanismos para o desenvolvimento regional, e eu vou jogar todas as minhas forças nesse esforço para que nós possamos contemplar isso - disse ainda.

- O senhor acha que o Senado tem que investigar pelo menos pela Corregedoria? - indagou outro repórter.

- Qualquer coisa, absolutamente, qualquer coisa com relação a esse caso, a esse meu caso, sobretudo, vocês perguntem ao Conselho de Ética. Quanto a ele (Roriz), ele tem dito que vai se explicar, que vai esclarecer tudo, eu acredito que ele vai esclarecer tudo, absolutamente tudo. Mas como eu dizia a vocês, e queria repetir, eu tenho experiência suficiente para não prejulgar ninguém.

Na mesma entrevista, Renan disse que está conversando com os líderes partidários para que o Senado faça todos os esforços possíveis para votar as matérias que aguardam deliberação.

- Ontem liguei para muitos lideres partidários. O importante é que nós aproveitemos estas duas semanas para garantir a produtividade do Senado, que foi, nos últimos dois anos, a maior produtividade que o Senado já teve depois da Assembléia Constituinte.

Indagado ainda se há condições de o Congresso votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias antes do recesso, Renan respondeu que todos os esforços são nesse sentido.

- A LDO tem que ser votada primeiro na Comissão Mista de Planos e Orçamentos e depois no Congresso Nacional. É preciso aguardar que a Comissão a vote para que possamos preparar a votação no Congresso.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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