Simon relata angústia por recentes acontecimentos no Brasil

Da Redação | 30/03/2007, 13h13

Em discurso em Plenário, nesta sexta-feira (30), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) demonstrou a sua "angústia" em relação a recentes acontecimentos no Brasil - a venda da Varig, o incêndio criminoso em dormitório de estudantes africanos na Universidade de Brasília (UnB) e a atitude, que identifica de iniciativa do governo federal, de tentar impedir a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão, destinada a investigar a crise da aviação aérea brasileira.

Segundo o parlamentar, o governo Lula matou a Varig, uma empresa que já esteve entre as melhores do mundo. Simon afirmou ainda que, como gaúcho, sente-se envergonhado com a "incineração" da empresa. Para o senador, o governo tinha de ter implementado medidas para salvar a companhia aérea, "um patrimônio nacional que funcionava sob a coordenação dos próprios funcionários, numa espécie de modelo espetacularde cooperativa especial", disse.

- Ontem foi a incineração da Varig e parece que os restos estão numa caixinha que ficará no gabinete do Lula. Pretendo mandar rezar uma missa de sétimo dia e enviar as flores para que Lula as receba no Palácio do Planalto - afirmou Simon.

CPI do Apagão

Simon criticou ainda, em seu discurso, o que qualificou de tentativa do governo de impedir a instalação da CPI do Apagão, incentivando o arquivamento do requerimento de criação da comissão pelo Plenário da Câmara. Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (29), determinando o desarquivamento do requerimento, Simon disseesperar que o governo federal tenha agora "competência para conduzir uma CPI com seriedade".

- A criação de uma CPI é um direito da minoria, bastando ter um terço de assinaturas no requerimento. Se isso foi feito, o Plenário (da Câmara) pode fazer o que quiser que não vai dar em nada. Acabou que a CPI foi convocada pelo Supremo e nada pior podia acontecer para começar o novo governo Lula - observou Simon.

Racismo

Simon também condenou o incêndio criminoso ocorrido na UnB e afirmou que o governo não deve se limitar a investigar o fato por meio da Polícia Federal, mas deve tomar providências à altura e dar uma resposta ao resto do mundo.

- Essa história correu o mundo e a última palavra não pode ser a da polícia. O ministro da Justiça tem que acompanhar tudo, tomar providências e dar uma resposta para valer - sugeriu o senador pelo PMDB.

Em aparte, os senadores Edison Lobão (DEM-MA) e Valter Pereira (PMDB-MS) elogiaram o pronunciamento de Simon. Ao se referir ao incêndio criminoso da UnB, Lobão afirmou ainda que "não pode haver neste país ninguém capaz de dar cobertura a uma atitude insana como essa ocorrida na Capital da República".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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