Valdir Raupp critica excessos em tarifas bancárias

Da Redação | 29/03/2007, 21h27

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) criticou, nesta quinta-feira (29) o ganho excessivo obtido pelos bancos com a cobrança de tarifas bancárias. Em 13 anos, desde a implantação do Plano Real, a receita com tarifas cresceu quase oito vezes, tendo dobrado no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o senador, em dezembro de 2006, os bancos auferiram a soma de R$ 52,8 bilhões em tarifas, quantia que compensaria a perda ocorrida com a diminuição drástica da inflação ocorrida a partir de 1994. O parlamentar salientou que o crescimento relativo da receita com as tarifasé superior- quase dez vezes maior - ao da receita total dos bancos. Já a participação das tarifas na receita total dos bancos passou de 6,5%, em 1994, para 10%, em 1996, alcançando quase 18% em 2006.

- Essa cobrança já permite aos bancos cobrir a totalidade de suas despesas com pessoal e ainda lhes sobra um terço do arrecadado, podendo investir uma parcela em automação e aumentar continuamente os seus lucros astronômicos - disse o senador.

Valdir Raupp chamou a atenção para a gritante diferença entre o grau de importância das tarifas bancárias no Brasil em relação aos países desenvolvidos, dificultando aos cidadãos brasileiros a manutenção de contas correntes. Citou como "escandalosa" a cobrança da Taxa de Abertura de Crédito (TAC).

- Isto raia ao absurdo: pagar para poder pagar. Mas mais estapafúrdia é a cobrança de elevadíssimas tarifas para a antecipação de liquidação de crédito, inviabilizando a operação - revoltou-se Raupp. Ele classificou de "chantagem financeira" a redução e tarifas por meio da compra de produtos [como seguros] pelos clientes, além de reclamar da participação de bancos estatais, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal nessa "ciranda".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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