Crivella: preocupação é com a abertura de precedente

Da Redação | 20/03/2007, 14h20

O vice-presidente da Subcomissão do Trabalho e Previdência, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), destacou sua preocupação com a contratação de 600 trabalhadores chineses para a instalação e montagem da coqueria da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Rio de Janeiro, tema de audiência pública realizada nesta terça-feira (20). O debate foi feito a requerimento de Crivella e do senador Paulo Paim (PT-RS).

Crivella teme que se abra um precedente a partir da concessão dos vistos de trabalho, o que poderá levar à repetição de concessões semelhantes. No entanto, fez questão de destacar que o questionamento sobre o assunto não representa ato de xenofobia contra os chineses.

- Não existe xenofobia no Rio; estamos de braços abertos para eles. Serão muito bem- vindos desde que possam cumprir a lei - disse

Para o vice-presidente da subcomissão, a China é um país sem regras democráticas, onde milhões de trabalhadores atuam sem que a legislação que os protege seja respeitada.

Já o senador Augusto Botelho (PT-RR) frisou que a siderúrgica levará milhares de empregos para a região e ressaltou que os chineses devem repassar o conhecimento aos brasileiros. Mas o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) alertou para o fato de que há no país um quadro preocupante de utilização de mão-de-obra precária, e, em sua opinião, da mesma forma que o Brasil não gosta do tratamento dado a brasileiros ilegais no exterior, não se pode repetir tal tratamento no país.

Também se manifestou, a convite de Crivella, que presidia a reunião, o deputado Carlos Santana (PT-RJ). Ele sugeriu a realização de uma audiência pública na região oeste do estado do Rio de Janeiro e a criação de um programa de formação para as crianças da região, que cada vez mais cedo se envolvem com o tráfico. O deputado disse lamentar ainda que "as únicas construções da região sejam presídios e lixões".

No início da reunião, também foi aprovado requerimento para um debate sobre a aquisição do Grupo Ipiranga pela Petrobras, para o qual foram convidados o presidente do Sindipolo, Carlos Heitor Rodrigues, e representantes da Petrobras, do Grupo Brascan, do Grupo Ipiranga e do Grupo Ultra.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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