Brasil deve investir na produção de álcool, diz Ideli

Da Redação | 06/03/2007, 17h29

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou nesta terça-feira (6), em Plenário, que o Brasil deve investir na produção de álcool combustível levando em conta a proteção do meio ambiente e dos trabalhadores que atuam nas lavouras de cana-de-açúcar. A parlamentar pediu mais atenção para as normas de proteção desses trabalhadores.

- Precisamos fiscalizar, exigir o registro em carteira, pagar salários condizentes com a produtividade e os lucros fantásticos dessa atividade econômica, que vem ocupando cada vez mais e mais capitais - afirmou, destacando que o implemento na produção de cana-de-açúcar e do biodiesel poderá fortalecer a economia familiar, além de assentar ou empregar trabalhadores sem-terras e desempregados.

A representante catarinense afirmou que o Brasil não pode menosprezar os problemas ambientais e sociais decorrentes da expansão da produção da cana-de-açúcar, como também não poderá repetir os erros que teriam sido cometidos pelo Programa Nacional do Álcool (Proálcool). O programa foi lançado em 1975 pelo governo federal para reduzir a importação de petróleo, por força de conflito entre os maiores produtores mundiais que elevaram significativamente o preço do barril da mercadoria.

- Não podemos repetir os erros do Proálcool. Não só precisamos de um órgão regulador como também de políticas públicas para preservar o meio ambiente. Daí a necessidade de usar terras degradadas, abandonadas pela pecuária ou pela soja, e de preferência crescer na produtividade, não na ocupação de novas terras. E não permitir, em hipótese alguma, desmatamento para produção de cana-de-açúcar. E, se for o caso, proibir a ocupação de novas terras na Amazônia para a cultura da cana-de-açúcar - ressaltou.

Ideli destacou a visita que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fará ao Brasil nos dias 8 e 9 deste mês, lembrando que o país precisa aproveitar as oportunidades geradas com o interesse das nações desenvolvidas por fontes alternativas de energia.

- Junto com os Estados Unidos, somos os maiores produtores mundiais do produto [etanol], mas ninguém tem, como nós, terras, tecnologia e competência para produzi-lo, a um custo menor e a uma produtividade maior. Nossa produtividade na produção de etanol é, disparada, a maior do mundo - afirmou, acrescentando que "as estimativas para a fantástica expansão da cana-de-açúcar apontam para mais de seis milhões de hectares de terra produzindo cana, açúcar e etanol".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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