Abdenur e Amorim falarão sobre a política externa brasileira

Da Redação | 07/02/2007, 13h47

O ex-embaixador brasileiro em Washington Roberto Abdenur e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, serão convidados pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) a comentar, em datas diferentes, os atuais rumos da política externa brasileira. Abdenur deverá participar de uma reunião da comissão na próxima terça-feira (13). A comissão ainda vai negociar com o Itamaraty uma data para a presença de Amorim.

O convite ao ex-embaixador foi feito nesta quarta-feira (7) pela comissão a partir de requerimento apresentado pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - e também subscrito pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) - após a publicação de entrevista de Abdenur à revista Veja. Na entrevista, o diplomata critica o que chamou de "anti-americanismo" da atual política externa e a suposta doutrinação ideológica que estaria sendo promovida pela cúpula do Itamaraty, por meio da leitura obrigatória de livros recomendados.

- Apresentei o requerimento por causa da gravidade do conteúdo da entrevista. O embaixador é um homem respeitado, que precisamos ouvir - disse Azeredo.

A proposta de convite ao ministro das Relações Exteriores partiu do senador Inácio Arruda (PCdoB). Ele lembrou a presença na CRE de senadores novos, a exemplo dele mesmo, e ressaltou a necessidade de se conhecer o pensamento de Amorim logo no início do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Arruda chegou a sugerir que o ministro fosse ouvido antes de Abdenur, mas concordou com a presença inicial do ex-embaixador em Washington.

Ao presidir a primeira reunião da comissão neste ano, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) acolheu sugestão apresentada pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e estabeleceu um grupo de trabalho para analisar as relações do Brasil com os países fronteiriços. A iniciativa recebeu o apoio do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que sugeriu prioridade para o debate a respeito da relação com a Venezuela.

Segundo Cristovam, a Bolívia segue a caminho de um "conflito interno" e a Venezuela se encontraria "em ebulição". Além disso, observou, no Paraguai já se defende uma renegociação do Tratado de Itaipu. Heráclito considerou "preocupante" a situação do continente e indicou Cristovam como coordenador do grupo de trabalho.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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