Jefferson Péres faz apelo para que senadores compareçam à reunião do Conselho de Ética

Da Redação | 08/11/2006, 14h57

O senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do processo disciplinar contra o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), fez um apelo nesta quarta-feira (8) para que o membros do colegiado compareçam à próxima reunião, marcada para o dia 22 de novembro, para o votar o seu relatório, que sugere a cassação do mandato parlamentar de Suassuna. A votação seria nesta quarta, mas apenas quatro membros do Conselho, além do corregedor da Casa - senador Romeu Tuma (PFL-SP) - , compareceram à reunião. O Regimento do Senado exige quórum mínimo de oito dos 15 parlamentares do colegiado para a realização de votações no conselho.

Questionado pela imprensa sobre uma suposta "operação abafa", com o objetivo de não permitir que se atinja o quórum necessário para a votação do relatório, Jefferson afirmou que não foi avisado por ninguém sobre esse esquema, mas, em sua opinião, a ausência de parlamentares na reunião indicava que a realização de um acordo "parecia evidente".

-Se houve algum acordo para se adiar a votação para o dia 22 e se esse acordo foi feito pela maioria, temos que respeitar. Mas espero que o Conselho vote realmente no dia 22, seja para rejeitar ou para aprovar o meu relatório. A pior das posições é não votar - declarou Jefferson, em entrevista à imprensa, após o encerramento da reunião.

O presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto de Souza (PMDB-MA), o líder do PMDB, senador Wellington Salgado (MG) - autor de um voto em separado para que a pena a ser imposta a Suassuna seja reduzida a apenas uma censura verbal - e o senador Demóstenes Torres (PFL-GO)também afirmaram que não ouviram comentários sobre a existência de tal "operação abafa".

No entanto, Demóstenes, que é relator de processo disciplinar contra o senador Magno Malta (PL-ES), ressaltou que a não conclusão do processo disciplinar contra Suassuna seria um desastre para a credibilidade do Senado. Segundo o senador, caso a votação do relatório não se realize até o dia 22 de dezembro - quando o Congresso deverá entrar em recesso para retornar apenas em fevereiro de 2007, numa nova legislatura -, o processo contra Suassuna será automaticamente arquivado, já que o senador pela Paraíba não foi reeleito para um novo mandato a partir de 2007.

- Cada senador tem que botar a sua cara, não pode se comportar como um delinqüente que se oculta da Justiça. A nossa Justiça (no Senado) é o julgamento e disso nós não podemos fugir - afirmou Demóstenes.

Suassuna está sendo investigado pelo Conselho de Ética porque teve seu nome citado no relatório parcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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