Heráclito quer saber por que Lula não reestatizou a Embratel

 O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) pediu explicações nesta quinta-feira (19) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o fato de não ter reestatizado a Embratel quando a empresa foi colocada à venda, em 2004, pela americana MCI, que havia assumido o controle durante a privatização em 1998. A Embratel foi adquirida pela empresa Teléfonos de México (Telmex).

- Se é tão contra as privatizações, porque o presidente Lula não abriu um processo de investigação e estatizou as empresas privatizadas? Por que privatizou a reforma do Palácio da Alvorada? Por que comprou o Aerolula, cópia do avião do presidente Hugo Chávez? - questionou.

Heráclito disse que o presidente Lula é um dos homens mais corajosos que já conheceu, "porque diz as coisas mais estapafúrdias e fica tudo por isso mesmo". Ele pediu que fosse apontado um nome de um integrante do governo de Fernando Henrique Cardoso que esteja respondendo a processo aberto pelo governo Lula.

- Os processados de hoje, os ladrões de hoje, são nascidos e criados na atual administração - assinalou.

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) lembrou, em aparte, que o primeiro a privatizar uma empresa estatal no Brasil foi o então prefeito de Ribeirão Preto Antonio Palocci. Ele também observou que o presidente Lula editou oito decretos de privatização de linhas de transmissão de energia elétrica, dentro do Plano Nacional de Desestatização, além de dois decretos privatizando rodovias no Pará, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

- Eles estão mentindo demais. Eles mentem sobre tudo. E mentem porque querem manter o poder. Agora, manter o poder a qualquer preço? Por que, se eles não têm projeto, não têm programa, se eles se contradizem, numa hora são a favor da privatização, noutra hora são contra? Numa hora dizem uma coisa, noutra hora dizem outra. Não seria a delícia do poder, que é capaz de fazer fortunas fáceis? Não seria a delícia do poder, que é capaz de transformar pobretões em milionários da noite para o dia? - questionou Arthur Virgílio.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)