Abstenção nas eleições mantém-se desde 1994 próxima de 18%

O percentual de abstenções nas eleições presidenciais brasileiras tem se mantido estável no Brasil desde as eleições de 1994, segundo pleito realizado depois da redemocratização. O índice tem variado entre 17,7%e 21,5% (veja quadro abaixo). Detalhe: a abstenção aumenta um pouco nas votações de segundo turno, principalmente no Norte e no Nordeste. Os percentuais das eleições de 1989 são considerados atípicos por ter sido a primeira eleição direta para presidente da República após o regime militar.

Nas eleições do último dia 1º, 16,75% dos brasileiros não compareceram às urnas, apesar da obrigatoriedade do voto no país. Ou seja, dos 125,9 milhões de eleitores do país, um total de 21,09 milhões não votou. Políticos e pesquisadores têm explicações variadas para as abstenções, que vão do nível de escolaridade a distâncias que os eleitores têm de percorrer em algumas regiões ou até mesmo desilusão com o processo político.

A cientista política Leany Lemos, funcionária de carreira do Senado, pondera que é difícil tentar comparar o percentual abstenção verificado no Brasil com o de outros países, porque os números refletem realidades locais, todas elas muito diferentes. Nos EUA e na maioria dos países europeus o voto não é obrigatório.

No caso dos votos em branco, o percentual também quase não sofreu alteração desde 2002 - no primeiro turno de 2002 foi de 3%, caindo agora para 2,73%. Os votos nulos tiveram pequena queda comparando-se as duas votações em urnas eletrônicas, em primeiro turno (7,4% e 5,68%). A exceção foi o Nordeste, que registrou 12,4% em 2002 e 7,83% na semana passada.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)