Valorização cambial prejudica economia gaúcha, diz Paim

Da Redação | 07/07/2006, 11h26

O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou nesta sexta-feira (7), em Plenário, que a valorização cambial tem influenciado negativamente a economia do Rio Grande do Sul, causando prejuízos a setores produtivos como o de calçados e o de máquinas agrícolas, e sendo responsável por demissões na indústria.

Ao citar números da economia gaúcha, Paulo Paim disse que o Rio Grande do Sul é o terceiro maior estado exportador brasileiro e apresenta o quarto maior Produto Interno Bruto (PIB) do país. Segundo ele, cerca de 58 % das exportações gaúchas são compostas por produtos manufaturados, confeccionados a partir de mão-de-obra especializada que fomenta a geração de empregos e a distribuição de renda.

- Nas últimas décadas, o Rio Grande do Sul atendeu as necessidades do Brasil, direcionando sua forma produtiva, a indústria, a agricultura e os serviços para a exportação, gerando divisas para o equilíbrio financeiro do país - afirmou.

Em seu discurso, Paim também conclamou os atuais candidatos a cargos eletivos no pleito de outubro a apresentarem propostas que apontem caminhos para a preservação da competitividade nacional. Segundo o senador, o debate sobre as sugestões a serem oferecidas precisa levar em conta a revisão do pacto federativo, a repactuação das dívidas dos estados e uma resolução definitiva que favoreça a desoneração das exportações.

Dívida

Paulo Paim disse ainda que a dívida consolidada do Rio Grande do Sul, que era de pouco mais de R$ 26 bilhões em 2003, em abril deste ano chegou a mais de R$ 32 bilhões, apesar de o estado pagar mais de R$ 1 bilhão por ano em juros.

- Em 2004, o serviço da dívida comprometeu 14,6% da receita corrente líquida. As previsões indicam que estaremos comprometendo cerca de 19% ao final deste ano - disse.

Paim afirmou que a mesma situação vivida pela economia do Rio Grande do Sul repete-se em outros estados, que se encontram com o padrão de endividamento acima do permitido pela Resolução 40 do Senado. O documento determina, segundo o senador, que a dívida líquida não pode superar o equivalente a duas vezes a receita corrente líquida.

O senador gaúcho ressaltou que a discussão sobre a estabilidade das economias estaduais precisa contar com a mobilização da classe política.

- Já tramita no Congresso proposta que prevê a resolução das dívidas estaduais. Precisamos debater essa proposta e chegar a um entendimento definitivo. Esta Casa precisa se debruçar na busca de caminhos que favoreçam a estabilidade dos estados, sem comprometer as metas da política econômica - disse ainda.

De acordo com Paim, a União e os estados brasileiros também precisam investir no aprimoramento da gestão pública, promovendo a reestruturação da máquina pública e a redução de gastos nos três Poderes.

Paim concluiu seu discurso com a leitura do poema Payada, do tradicionalista gaúcho Jaime Caetano Braun.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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