Comissão ouve depoimento para esclarecer desaparecimento de Carla Vicentini

Da Redação | 04/05/2006, 14h55

Ao depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Emigração Ilegal, o comerciante José Madeira Martins Fernandes, de 65 anos, negou estar envolvido com o desaparecimento de Carla Vicentini, em 9 de fevereiro último. Ele reconheceu ter hospedado a brasileira de 22 anos e sua amiga Maria Eduarda Ribeiro por alguns dias em seu apartamento na cidade de Newark, no estado de New Jersey (EUA), porque era amigo de seu pai, Orlando Vicentini.

José Fernandes fez questão de afirmar que nos 42 anos em que mora no mesmo endereço, em Newark, nunca hospedou moças, tendo aberto exceção apenas para Carla, por conta da amizade com seu pai, Orlando, que era seu contador em Goioerê (PR), onde tem negócios.

Há algumas semanas, a CPI Mista ouviu depoimento de Tânia Vicentini, mãe de Carla, que lançou suspeitas sobre o comportamento de José Fernandes, bem como sobre uma possível participação de Maria Eduarda no episódio do desaparecimento de Carla. As duas moças foram para os Estados Unidos por intermédio de um programa de intercâmbio de estudo e trabalho, mas abandonaram a cidade onde deveriam ficar e decidiram ir para Newark, localidade bem próxima de Nova York. O sumiço de Carla foi comunicado à polícia dos Estados Unidos, que fez buscas e investigações na região, mas nada descobriu.

Em seu depoimento, José Fernandes sugeriu que fossem investigadas as pessoas que arranjaram trabalho para as duas moças no Bar Adegas - um estabelecimento, segundo ele, de "duvidosa reputação", situado na mesma rua de seu apartamento. Ele disse, ainda, que a rua tornou-se perigosa nos últimos tempos, em função da presença de "quadrilhas organizadas".

Diante das contradições entre o depoimento da mãe de Carla e de José Fernandes, o presidente da comissão, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), propôs que fosse tomado o depoimento de Maria Eduarda e, posteriormente, realizada uma acareação entre a amiga de Carla e o dono do apartamento. Ambas as propostas foram aprovadas pela CPI.

Para o deputado Hermes Parcianello (PMDB-PR), que também é natural de Goioerê (PR) e amigo da família Vicentini, é essencial que o consulado do Brasil em Nova York contrate um advogado norte-americano para acompanhar o caso. Ele próprio já foi a Newark e falou com a Polícia local, mas não conseguiu obter nenhuma informação que ajudasse a descobrir o que aconteceu com Carla.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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