Governo manobrou para prejudicar imagem do Congresso, diz Heráclito

Da Redação | 19/01/2006, 00h00

O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) afirmou nesta quinta-feira (19) que a autoconvocação do Congresso foi conseqüência de "uma manobra ardilosa" do governo. Ele disse que o governo sabia da necessidade de votar projetos durante os meses de recesso e deixou ao Congresso o ônus da convocação para voltar a opinião pública contra os parlamentares.

Heráclito disse que as pautas de votação do Senado e da Câmara estiveram várias vezes trancadas em 2005 em razão do excesso de medidas provisórias, uma situação freqüente também durante o governo anterior. O parlamentar ressalvou, no entanto, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sabendo que as medidas provisórias atrasavam a apreciação de outros projetos, costumava convocar ele mesmo o Congresso, evitando o desgaste ocorrido neste ano.

O senador voltou a criticar a inclusão na pauta da convocação da Câmara do projeto de lei (PLC 180/97) que amplia o número de deputados na Câmara. Em sua opinião, isso foi outra tentativa de prejudicar a imagem dos congressistas. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-SC) se disse estupefato com a inclusão desse projeto na pauta. Sibá Machado (PT-AC) lembrou que a proposta seria apreciada durante a convocação a pedido do deputado Alberto Goldman (SP), líder do PSDB na Câmara.

Emendas

Heráclito também reclamou da forma como as emendas parlamentares são apresentadas à sociedade, como se tivessem destinação escusa. Ele esclareceu que tais emendas servem para recuperar ou construir estradas, reformar hospitais e escolas, obras que, em geral, não são de interesse das grandes empreiteiras. Ao fazer comentários sobre a forma como as emendas são liberadas, o senador disse que o governo age de forma anti-ética, cedendo ao lobby das empreiteiras.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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