Jaques Wagner conversa com Renan sobre pauta da convocação

Da Redação | 16/01/2006, 00h00

O presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu em audiência nesta segunda-feira (16) o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, para tratar das prioridades do governo na pauta de votação elaborada para a convocação extraordinária. Segundo Wagner, a conversa girou em torno das possibilidades reais de votação da pauta e o pedido de prioridade para a chamada Lei de Florestas.

O ministro destacou ainda como prioridades do governo a proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e a lei que cria a Super Receita, que estão tramitando na Câmara dos Deputados. Além disso, Wagner lembrou que o governo tem total interesse na aprovação do Orçamento de 2006.

- Vamos ver se a Comissão de Orçamento pode apressar a votação para ir a Plenário - disse.

Jaques Wagner anunciou que na próxima quinta-feira (19) o governo "baterá o martelo" em relação ao valor do novo salário mínimo, R$ 340 ou R$ 350. Ele disse que o ministro do Trabalho, Luís Marinho, terá uma rodada de conversas ao longo da semana e o presidente da República dará a palavra final sobre o novo valor do mínimo na quinta-feira.

- Não temos muitas variações a fazer. Havia a previsão dos R$ 340, nós evoluímos para R$ 350 e - é sempre assim - quando você faz uma evolução para R$ 350 vem uma nova demanda - disse o ministro, lembrando que um salário maiortraria problemas não só para a Previdência, mas também para alguns municípios que não teriam capacidade de pagamento.

Wagner opinou ainda, "como ex-parlamentar", que considera positiva a proposta de reduzir o recesso parlamentar para 30 dias e acabar com o pagamento de dois salários nas convocações extraordinárias.

- Ainda não discuti, mas seguramente uma medida como essa será bem recebida pela bancada do governo - disse.

Jaques Wagner adiantou que o presidente da República terá uma conversa pessoal com cada ministro para decidir quem fica até o final do ano e quem sai para se candidatar nas próximas eleições.

- Todos têm o compromisso de se manter no governo até o final do ano. Evidentemente que alguns ministros apresentarão o pleito de se candidatar e essa negociação será direta com o presidente. Não há uma regra geral de substituição - assinalou.

O ministro disse também que está prevista para este mês uma reunião do presidente Lula com os governadores para tratar da operação tapa-buracos nas estradas. Ele explicou que o presidente quer fazer a manutenção emergencial e outros investimentos.

- Depois dessas obras já iniciadas ele deve, por meio da Casa Civil, convocar os governadores para tentar um acordo entre governo federal e governos estaduais, que garanta uma melhor trafegabilidade para essas estradas - anunciou.

Em relação à alegação da oposição de que Lula está fazendo "obras eleitoreiras", Jaques Wagner lembrou que o presidente já disse claramente que no momento correto anunciará sua decisão sobre ser ou não candidato à reeleição.

- O que ele não pode é deixar de governar. O presidente tem uma agenda internacional forte e tem uma agenda nacional de visitas a obras. Ele não vai deixar de governar no mesmo estilo que vem governando há três anos. As viagens fazem parte desse estilo do presidente - observou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: