Programa de inclusão digital do governo não é eficiente, diz Mesquita Júnior
Da Redação | 21/11/2005, 00h00
O senador Geraldo Mesquita Júnior (sem partido-AC), afirmou, nesta segunda-feira (21), que o Gesac, sigla para Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão, programa do Ministério das Comunicações que visa promover a inclusão digital via satélite, não é eficiente.
O Gesac foi criado em outubro de 2002 com a finalidade de tornar possível aos cidadãos o acesso à Internet a partir de escolas, sindicatos, organizações não-governamentais e outras entidades. Seriam instalados pontos de intercomunicação com a rede mundial, utilizando-se de antenas conectadas a satélites, pelo uso das quais o governo pagaria o valor unitário de R$ 1 mil mensais.
Segundo Mesquita Júnior, existem hoje cerca de 3.200 destes pontos de acesso, dos quais 2.241 - 70% do total - estão situados em apenas dez estados. No entanto, uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) em 120 localidades de funcionamento do sistema concluiu que 30% das instituições visitadas não tinham acesso à Internet, apesar de já contarem com antenas, modens e infra-estrutura de rede.
Estima-se que cerca de mil pontos estejam fora de uso por falta de instrutores, computadores, papel e tinta para impressoras, entre outros itens, que têm que ser custeados pelas entidades beneficiadas. Muitas delas, de acordo com o senador, estão optando por cobrar pelo uso do serviço.
A meta inicial do Gesac era atender a 95 milhões de pessoas em todo o país, com prioridade para as localidades mais pobres. Até agora, o Ministério das Comunicações já empregou na iniciativa, segundo Mesquita Júnior, cerca de R$ 100 milhões.
- Pelo visto, ainda estamos muito distantes da ambiciosa meta com a qual o programa se dispôs a trabalhar. Não há democracia eletrônica que funcione à prova do julgamento popular - observou.
Raíssa Abreu/Agência SenadoAgência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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