Educação, etanol e combate à Aids serão prioridades na relação com a Tailândia, diz embaixador indicado

Da Redação | 10/11/2005, 00h00

O exemplo da Tailândia de aplicação de tecnologia à educação poderá tornar-se uma das prioridades do relacionamento bilateral, segundo anunciou o embaixador designado para aquele país, Edgard Telles Ribeiro, durante reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realizada nesta quinta-feira (10). A indicação recebeu parecer favorável da comissão, por unanimidade, e será agora examinada em Plenário.

Segundo Telles Ribeiro, a Tailândia promoveu uma "verdadeira revolução" na educação ao estimular a combinação do uso de computadores, em turno adicional, para aumentar a "capacidade inventiva" dos alunos, sem desumanizar as crianças. A seu ver, a iniciativa poderá ser analisada com interesse pelo Ministério da Educação.

- Eles estão criando uma juventude conectada com a modernidade - observou o embaixador, que exercerá cumulativamente o cargo junto a Myanmar, Laos e Camboja.

Telles Ribeiro esclareceu que o estímulo à educação, à ciência e à tecnologia ganhou fôlego com a eleição do atual primeiro-ministro, Thaksin Shinawatra, que começou a vida como sargento de polícia, criou um império na área de telecomunicações e dedica-se, na política, à tarefa de modernizar o seu país. Outras prioridades no relacionamento bilateral, segundo o embaixador, serão as de álcool combustível, telecomunicações e combate à Aids. O comércio bilateral, informou ele, deverá alcançar US$ 1,5 bilhão em 2005.

Após ouvir o relato de Telles Ribeiro, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) sugeriu que cada político brasileiro passe por um estágio nos chamados tigres asiáticos - países que experimentaram forte crescimento ao longo das últimas décadas, com ênfase em políticas de educação, ciência e tecnologia.

- Dessa forma, os nossos políticos poderiam aprender como se consegue, sem choraminga terceiro-mundista e sem colocar a culpa no FMI (Fundo Monetário Internacional), dar um salto e tornar-se um país desenvolvido em 25 anos - disse Jefferson.

O senador Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM) também considerou importante a aproximação com os tigres asiáticos e citou o êxito econômico da Coréia do Sul, após duas décadas de grandes investimentos na educação. Por sua vez, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ), presidente da CRE, comentou a combinação pretendida pelos tailandeses entre a busca pela modernidade e a sua tradição budista.

A ajuda brasileira aos atingidos pelo tsunami, tema de pergunta do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), foi muito bem recebida pelo governo tailandês, segundo o embaixador indicado. Ele recordou que uma diplomata brasileira - Lys Amayo D'Ávola - faleceu na Tailândia, vítima das ondas gigantes que atingiram o país.

Coréia

Também recebeu parecer favorável da CRE a mensagem presidencial de indicação do atual embaixador brasileiro na China, Luiz Augusto de Castro Neves, para exercer cumulativamente o cargo de embaixador junto à República Popular Democrática da Coréia - que abriu recentemente uma embaixada em Brasília. Segundo o relator da mensagem, senador Heráclito Fortes (PFL-PI), "ganha o Brasil" com a indicação.

(Marcos Magalhães)

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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