Anderson Adauto confessou crimes em depoimento na CPI
Da Redação | 09/11/2005, 00h00
O ex-ministro dos Transportes e atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto (PL), confirmou em reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Mensalão ter feito "caixa dois" (recebido recursos de origem não declarada) em 11 campanhas eleitorais das quais participou e ter recebido R$ 410 mil do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores Delúbio Soares para pagamento de gastos de campanha.
Para a deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP) esses atos configuram corrupção passiva e crime de responsabilidade. Segundo a deputada, Adauto deverá ser processado pelo Ministério Público devido às confissões feitas à comissão e poderá ser cassado (da prefeitura). Adauto pode inclusive ser preso, acredita a deputada.
O ex-ministro confirmou na reunião da CPI ter usado o dinheiro do PT para pagar dívidas da campanha para deputado federal em 2002, mas disse não ter como comprovar os gastos. O dinheiro não foi declarado ao Imposto de Renda nem à Justiça Eleitoral.
- O índice de informalidade na economia brasileira é muito alto e isso se projeta na classe política - disse o ex-ministro.
Adauto afirmou que a classe política está sendo extremamente dura consigo própria e que essa atitude está correta, pois servirá "para dar exemplo". Ele observou, no entanto, que não tem conhecimento de nenhuma campanha política que consiga fechar as contas sem o uso de "caixa dois".Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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