Chicão Brígido nega ter recebido dinheiro para votar a favor da reeleição

Da Redação | 08/11/2005, 00h00

O ex-deputado Chicão Brígido (PMDB-AC) negou as denúncias de que teria recebido R$ 200 mil para votar, em 1997, a favor da proposta de emenda à Constituição que permitiu a reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Ele depôs nesta terça-feira (8) na CPI do Mensalão.

O ex-deputado já havia sido absolvido dessa mesma acusação, em 1998, pela Câmara. Durante a sessão, parlamentares da oposição, como os deputados federais Zulaiê Cobra (PSDB-SP) e Júlio Redecker (PSDB-RS), criticaram a convocação de Chicão Brígido. Redecker afirmou que os governistas vêm tentando produzir uma "cortina de fumaça" para desviar a atenção do foco da comissão, que, segundo ele, deveria ser a compra de votos pelo PT. Como resposta, a deputada federal Perpétua Almeida (PC do B-AC), declarou que "o PSDB não agüenta ser investigado".

O presidente da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), também criticou a convocação do ex-deputado, ressaltando que Chicão Brígido foi submetido "mais uma vez à execração pública".

- Eu realmente não entendo a eficiência desse tipo de procedimento. Estamos reinventando uma investigação que já foi feita - disse Amir Lando.

Chicão Brígido foi envolvido nas denúncias de compra de votos para a emenda da reeleição devido a uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada em maio de 1997. A matéria apresentava uma descrição de gravações de conversas em que os então deputados Ronivon Santiago e João Maia, ambos do Acre, na qual admitiam ter recebido R$ 200 mil, cada um, para votar a favor da emenda. Eles também teriam dito, nessas conversas, que Chicão Brígido aceitara o mesmo tipo de suborno.

Na época, tanto Ronivon quanto João Maia renunciaram a seus cargos, enquanto Chicão foi absolvido. Como Ronivon, que atualmente é deputado federal (PP-AC), está sob ameaça de cassação - devido a outra denúncia de compra de votos, desta vez em 2002 -, Chicão, que é seu suplente, poderá vir a substituí-lo na Câmara.

(Ricardo Koiti)

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)